Restless creature: Wendy Whelan

 


"Restless creatures: Wendy Whelan" (2016) é um documentário centrado na dançarina norte-americana Wendy Whelan, que durante 30 anos foi um dos destaques da companhia New York City Ballet.
Nascida a 7 de Maio de 1967, em Louisville, Kentucky (EUA), Wendy começou a fazer ballet com três anos de idade. Com doze anos, é diagnosticada com escoliose grave, condição médica em que a coluna vertebral apresenta uma deformação laterial em forma de curva, assumindo uma posição de desalinhamento. Com 15 anos entra no programa intensivo de Verão da School of American Ballet, em Nova Iorque. Foi o início de uma carreira brilhante com papeis prominentes a demonstrarem todo o seu talento. 
Sobre aquilo que a atraiu no ballet, Wendy é perentória "Amava aprender a estrutura. Amava aprender a fisicalidade. A fisicalidade do ballet, a ciência de como o interior do meu corpo funcionava, como alinhar o meu corpo corretamente para um movimento e levá-lo a cabo com a dose exata de energia. Queria primeiro ser uma aleta. Queria também ser uma artista. Era muito boa a desenhar e quando crescesse queria ser ou uma atleta ou uma artista. Sem eu saber, o ballet era ambas as coisas".
O documentário começa a acompanhá-la quando contrai uma fratura na anca e mostra como Wendy lida física e emocionalmente com a dor. Com 46 anos, temia não voltar a dançar e revela "Foi aterrorizante perder esse modo de expressão a que estava tão ligada, que eu amava tanto, que tinha cultivado a minha vida inteira". Depois de uma cirurgia reconstrutiva bem-sucedida e meses de fisioterapia, Wendy Whelan dança novamente e luta por dizer adeus ao bailado clássico nos seus próprios termos, numa altura em que por questões de idade, já começa a sentir-se posta de parte. A sua última atuação com o New York City Ballet dá-se em Outubro de 2014, uma experiência que ela compara com mudar de pele.
O documentário de uma hora e meia traça um retrato fiel de Wendy Whelan como dançarina e ser humano: o que a motiva, o que é importante para ela, os seus medos e sonhos. O título deriva do espetáculo da dança contemporânea "Restless creature" que Wendy Whelan prepara ao longo do documentário e surge como prova de toda a sua versatilidade, a sua recusa em ficar parada e a sua vontade enorme de tentar coisas novas. Não é por estar a envelhecer que Wendy Whelan se coloca numa prateleira, pelo contrário a lesão que sofre abre-lhe horizontes e ela expõe-se cada vez mais ao mundo. 
Wendy Whelan pratica atualmente dança contemporânea e diz que se sente verdadeiramente liberada, sem todas as restrições do ballet. Com 54 anos, é presentemente diretora artística associada do New York City Ballet. "Sinto que posso ser eu mesma. Estou a pensar e a fazer coisas que nunca teria imaginado como dançarina de ballet. Só me quero mover e ser desafiada por pessoas que me inspiram".
Gostei muito de "Restless creature: Wendy Whelan" e penso que mostra toda a garra, persistência, vulnerabilidade e humanidade desta dançarina, à medida que ela enfrenta os seus problemas e busca alcançar cada vez mais felicidade.




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