Cinco lições que aprendi com a pandemia

Desde o eclodir da pandemia todos conseguimos tirar ilações sobre o que realmente é fundamental na vida, o que vem inspirar as minhas reflexões de hoje, que se baseiam simplesmente nos meus pensamentos e ideias. São elas as seguintes:

Imagem retirada de: https://unsplash.com/photos/gilbIaJdq-o

1_ A saúde é mesmo o mais importante_ De nada adianta sermos bilionários se não temos o bem mais precioso de todos e que nos permite desfrutar em pleno da vida: a saúde. Com o Covid 19, que agravou em geral os nossos índices de preocupação e de ansiedade, percebemos isso mesmo. Que a saúde tem de se ver vista de um panorama integral, holístico e englobar o físico, o mental e o espiritual. Temos de cuidar de nós, de dentro para fora, para podermos depois estender a mão a quem está à nossa volta.


2_ É preciso ter compaixão por todos os seres vivos_ Todas as formas de vida são essenciais para manter a  biodiversidade e cadeia alimentar em equilíbrio, pelo que nunca devemos descarregar a nossa frustração e raiva nos animais, que não se podem defender. Os maus tratos a cães e gatos, por exemplo, são algo que me deixa particularmente afetada. Fui dona de uma gata, e posteriormente, de um cão durante muito tempo e custa-me pensar que estes seres podem sofrer por mera crueldade humana. A compaixão revela-se em pequenos atos como abrir a janela a uma mosca para ela voar para longe em vez de a matar ou desviar-nos de um carreiro de formigas ao caminhar na rua. Este respeito por todos é essencial, o que se estende às pessoas que nos são queridas. Sei que é difícil de pôr em prática sempre e que muitas vezes são os mais próximos que levam com o nosso mau humor, mas praticar a gentileza e a bondade todos os dias deve ser a nossa prioridade.


3_ As redes sociais podem ser uma ilusão_ Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, mas cada vez mais com a manipulação das fotos, se pode dizer que isso não se aplica e que muitas das imagens que vemos são cuidadosamente montadas para nos fazer sentir algo ou para suscitar uma necessidade e vender um produto. Verifico isso em mim mesma: há fotos em que pareço estar muito feliz quando efetivamente não estou. Nos dias de hoje é muito fácil enganar, escondermos-mos por debaixo do véu das aparências e há que ter uma relação muito cuidadosa com os conteúdos que consumimos, especialmente no caso das crianças e jovens facilmente impressionáveis e que ainda têm a personalidade em formação.


4_ Todos temos uma história para contar_ Como se costuma dizer, todos temos dores, problemas e penas e travamos uma luta interna da qual os outros nada sabem. Mesmo um velho que parece ser rabugento ou estar demente, é alguém que tem uma história de vida certamente riquíssima, que já foi criança, jovem e adulto antes de se tornar idoso, alguém que sente e reflete a forma como é tratado e que tem muito para ensinar. Saber ter empatia e consideração por todo o tipo de pessoas, procurar usar de sentido de humor quando possível e não contrariar pelo simples prazer de provar que se está certo, é uma grande lição.
Ter mais paciência e tempo para os mais velhos é algo que tento ter sempre em mente. Perdi os meus avós muito cedo, o que me fez valorizar muito as pessoas mais velhas enquanto estão efetivamente connosco e tentar dar-lhes não só longevidade mas também bem-estar e qualidade de vida.


5_ São os pequenos momentos da vida que importam_ Penso que perdemos muito tempo em busca de grandes coisas, de grandes feitos que podemos ou não atingir. Quando vemos as coisas com alguma introspeção e distanciamento, percebemos que são as coisas mais simples que compõem o bolo da nossa felicidade: um pássaro adorável a pousar na nossa janela a observar-nos como se estivesse curioso com aquilo que estamos a fazer, um cappuccino com o nível certo de espuma e uma torrada quentinha com manteiga, sentir o ar fresco da tarde no rosto, o sol brilhante num céu azul a trazer-nos renovado otimismo … A lista poderia continuar mas penso que consegui passar a minha mensagem: a felicidade constrói-se no agora, no que é essencial e pequenino, usando os recursos que temos. Não deixem escapar uma oportunidade para sorrir porque estão à espera de algo que está fora do vosso alcance. É valorizar profundamente tudo o que temos que faz toda a diferença.


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