Malcolm & Marie, A dama do cachorrinho e outras histórias & Elisa

Neste início do mês de Março deixo como é habitual na rubrica Sugestão Cultural um filme, livro e disco com que me identifiquei nos últimos tempos e que queria recomendar aos meus leitores.
São eles os seguintes:





Filme: "Malcolm & Marie" (2021)_ Realizada, escrita e produzida por Sam Levinson (a mente por detrás do sucesso da série televisiva "Euphoria") esta película dramática e romântica a preto e branco, acompanha um casal que regressa a casa depois da estreia do último filme do protagonista masculino e que espera pelas primeiras críticas ao trabalho por parte dos meios de comunicação social.
É claro desde o primeiro momento a tensão crispante entre ambos e à medida que a ação se desenrola vamos percebendo porquê. Os diálogos são mordazes e intensos, em que nada fica por dizer. Malcolm e Marie apontam os defeitos um do outro sem dó nem piedade, fruto de se conhecerem tão intimamente, analisam a indústria cinematográfica e as pessoas, muitas vezes de personalidade duvidosa, que a constituem.
Vamos percebendo as matizes complexas da personalidade de cada um, num amor que tanto se apresenta como enriquecedor e cúmplice como crítico, cruel e mesmo tóxico. As ilações a tirar desta narrativa ficam a cargo de cada espetador.
"Malcolm & Marie" foi um projeto totalmente filmado aquando do eclodir da pandemia Covid-19, com todas as medidas de segurança. Teve um lançamento limitado em Janeiro deste ano e desde 5 de Fevereiro que está disponível na plataforma Netflix. É um filme que vale muito a pena ser visto, quer pelo argumento interessantíssimo, quer pelas atuações marcantes de John David Washington e Zendaya. A não perder.




Livro: "A dama do cachorrinho e outros contos" de Anton Chekhov (1899)_ Considerado um dos mais importantes escritores russos de todos os tempos, Chekhov (1860-1904) nasceu em Taganrog, sul da Rússia e estuda Medicina, obtendo o diploma em 1884. No entretanto, colabora com jornais e revistas e a sua fama nas Letras, especialmente como autor de contos, cresce rapidamente. A encenação da sua peça "A gaivota" por Stanislavski é um sucesso retumbante e é seguida por outras como "Três irmãs" e "O jardim das cerejeiras". 
Este volume de doze contos reúne narrativas breves, mas cuja concisão não é desprovida de emoção nem de observações acutilantes e intemporais. 
Seja em histórias de uma traição conjugal, de uma mulher que escapa de um noivado para estudar e conhecer o mundo ou de um menino num meio agreste que sente falta do aconchego do avô, Chekhov fala-nos com uma voz de grande humanismo, em que procura sempre um sentido maior inerente às coisas do dia-a-dia. Os seus contos não perdem a atualidade e continuam tão singelos e repletos de simbolismo como nunca.



Música: Elisa "Diari aperti" (2018)_ Décimo disco de originais da cantora e compositora italiana Elisa, foi um sucesso de vendas na Itália desde o seu lançamento, atingindo a dupla platina.
Como o seu nome indica, este é um trabalho pessoal, em que Elisa desvenda os seus pensamentos e emoções, em canções singelas que falam sobretudo dos caminhos do amor, aqueles dentro de nós e que nos ligam aos outros.
Elisa Toffoli, nascida em Trieste a 19 de Dezembro de 1977, assume-se como uma das intérpretes de pop-rock mais emblemáticas da sua geração. "Diari aperti" é composto por temas imperdíveis e pungentes como "Tutta un'altra storia", "Se piovesse il tuo nome", "Anche fragile", "Con te mi sento cosi" e "Come fosse adesso".

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