Impasses amorosos

Sabemos que ter uma boa comunicação é vital para qualquer relacionamento saudável. Devemos sentir que conseguimos expressar em pleno os nossos pensamentos mais íntimos, que somos compreendidos e não julgados, que não estamos numa missão inglória de tentar fazer tudo sozinhos. No entanto, nem sempre o conseguimos e não é por acaso que as taxas de divórcio atingem cada vez valores mais altos.
Ter um relacionamento duradouro exige mais do que um compromisso concreto, são precisas cedências de parte a parte e muita paciência porque nem sempre vamos ter o que queremos. É cada vez mais fácil ver o que podemos estar a perder quando estamos numa relação, as tais distrações, que podem resvalar em traições. As redes sociais de encontro são como cartões de visita virtuais que apenas nos mostram uma dimensão superficial. É preciso muito mais do que um rosto ou corpo que consideramos atraentes para que uma relação tenha resultado.
As tentações surgem muitas vezes quando não cuidamos do nosso próprio jardim, quando procuramos atalhos e soluções fáceis para os nossos problemas, quando negligenciamos sentimentos, remoemos mágoas e cedemos à preguiça, à apatia ou desleixo.
Quando a nossa relação está em crise não podemos esconder o que estamos a sentir, temos de estar centrados e cientes do que queremos e se continuamos a ver o nosso futuro ao lado daquela pessoa ou não.
Face a impasses amorosos há quem peça tempo e espaço e viva num ambiente morno ou em stand by, com todo o trabalho de construção da relação em relação. Porque mesmo quando tudo flui nunca deixa de ser um trabalho em equipa e um projeto a dois que se está a tentar firmar.
Pessoalmente, quando em vulgo português, as coisas não atam nem desatam, prefiro afastar-me de vez porque penso quem tem dúvidas se somos merecedoras de afeto, atenção e tempo, não merece tê-los de nós em primeiro lugar. Sabemos que os homens são caçadores por natureza e que rapidamente podem perder o interesse quando tomam alguém por garantida. Sabemos que as mulheres são tendencialmente mais sensíveis, que gostam de analisar, muitas vezes obsessivamente, todos os lados de uma questão, com um nível cada vez maior de complexidade.
Estar sozinha depois de um relacionamento que nos marcou, é algo que assusta, que nos pode intimidar. Mas não temos razões para temer, temos de acreditar que com um espírito de desbravadores, vamos acabar por assentar os pés onde é suposto, encontrar aquilo que precisamos e ver todo um admirável mundo novo surgir diante dos nossos olhos.
Qualquer que seja a nossa escolha, se preservar ou voltar à casa de partida, devemos sempre a aspirar a ter um amor real, recíproco, que não vive de jogos mentais ou de qualquer outro tipo, que nos faz crescer e nos torna pessoas melhores.
É legítimo aspirarmos ao amor e a felicidade, continuar a acreditar que mesmo depois de impasses, lágrimas, desilusões ou dificuldades, todas as coisas serão resolvidas e vamos desabrochar da forma mais bonita possível e viver em pleno tudo o que nos está reservado.



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