Coleção Expresso "The school of life"

Fiz a coleção do emblemático jornal Expresso "The School of life" quando foi lançada, no ano passado. A School of life é uma organização global que se propõe ajudar as pessoas a encontrarem mais realização nas suas vidas. Para tal, promove o autoconhecimento, a resiliência e conexão, para que possamos sentir mais tranquilidade e superar momentos difíceis como os que atualmente vivemos.
Foi para mim muito interessante ler os quatro livros que compõem esta coleção e vou dar mais informações sobre cada título abaixo.


"Como aproveitar ao máximo a era digital" de Tom Chatfield_ Este foi um livro que já tinha lido no original em inglês mas reli novamente pois é um dos temas mais fascinantes, fraturantes e debatidos do momento. A tecnologia surge como uma extensão dos seres humanos, destinada a facilitar a nossa vida quotidiana, a abrir horizontes e novos mundos. No entanto, até que ponto estamos a ser controlados por ela e a deixar que esta nos limite? As interrupções constantes com chamadas, mensagens ou notificações, a sensação de estar permanentemente sobrecarregado de tudo: informação, entretenimento, arte e a quase omnipotência das redes sociais. Qual é o sentido que podemos conferir a tudo isto?
 Gostei imenso deste livro do autor britânico Tom Chatfield que nos problematiza a relação de dependência com o mundo digital e nos abre caminhos para uma relação mais equilibrada com as tecnologias. Saber impor limites claros, fazer intervalos regulares em que se está offline para pensar mais profundamente sobre as coisas ou simplesmente para viver a vida sem ser perturbado é uma das ideias que retirei desta interessantíssima obra. Gerir com sensatez os nossos recursos para que não sintamos que somos usados por eles é, no meu entender, a mensagem principal deste livro.



 "Como pensar mais sobre sexo" de Alain de Botton_ Este é um livro do autor, filósofo e co-fundador da The school of life, Alain de Botton, que versa sobre a nossa intimidade, o que se passa nas nossas cabeças quando imaginamos o sexo. O tema, a que Freud atribuiu tanta importância, considerando o princípio do prazer como preponderante na psique humana, está ainda impregnado de tabus e de autocensura, na medida em que muitas pessoas têm ainda vergonha de revelarem o que querem ao cônjuge, por medo de não serem aceites ou serem consideradas anormais ou perversas.
Ao que o título alude, não é necessariamente pensar mais em sexo em quantidade mas sim em qualidade, ou seja, sermos autênticos e verdadeiros connosco próprios e com possíveis parceiros sobre os nossos desejos e fantasias e perceber que devemos seguir a nossa bússola moral acima de tudo e aquilo que nos faz felizes, no sexo como em tudo na vida.




"Como manter a sanidade mental" de Philippa Perry_ Vivemos num mundo que cada vez nos exige mais: capacidade de resposta a diferentes situações, de lidar com a pressão, gerir o nosso tempo e resistir ao stress de conciliar vida profissional com todos os lados da nossa vida pessoal. Queremos ser perfeitos e muitas vezes caímos numa situação de desgaste tal que nos traz desânimo e desmotivação. É sobre todo este cenário que versa o livro da psicoterapeuta britânica Philippa Perry. O que fazer num contexto de crise existencial? Como atravessá-las e chegar ao outro lado de um túnel negro?
Sob o adágio socrático de que uma vida não examinada não vale a pena ser vivida, a autora exorta-nos a conhecer e a explorar diferentes facetas da nossa personalidade, de termos a curiosidade de nos observarmos e mergulharmos bem fundo em nós. De definirmos por nós mesmos o que é uma vida feliz, significativa e bem-sucedida. De deixarmos de lado as expetativas da sociedade para refletir sobre o que realmente importa para nós e queremos concretizar. 
A sanidade mental surge quando atingimos um ponto de certa congruência: em que a imagem que damos aos outros corresponde no máximo possível com aquela que vemos e com quem realmente somos. Em suma: quando estamos em paz com o rumo dos nossos dias e somos capazes de nos reinventar as vezes que forem precisas, de controlar a nossa narrativa e rescrever a nossa história. Mesmo nos capítulos mais traumáticos e tristes, é sempre possível superar os traumas e escrever um final feliz.



"Como desenvolver a inteligência emocional" de Oliver James_ Este livro do psicólogo e escritor inglês Oliver James, é uma leitura muito agradável que nos fala sobre a capacidade de avaliar os nossos sentimentos e pensamentos, gerindo da melhor forma todo o conteúdo que a nossa mente produz. Sabemos que não podemos controlar tudo à nossa volta e que surgirão sempre contrariedades. Todavia, podemos controlar as nossas reações e ter uma atitude positiva, de vontade de aprendizagem. Em vez de termos crenças fixas que nos restringem, desenvolvermos crenças expansivas que possibilitam o nosso crescimento.
No que toca ao conceito de bem-estar e felicidade, o livro fala-nos da importância de uma boa observação das situações e de si mesmo, de construir relacionamentos com alguma flexibilidade mas significativos, de ter autenticidade e paixão pela vida. É fundamental ser capaz de viver com entusiasmo mesmo quando os desafios são muitos. Ter fluidez e capacidade de adaptação são outras características a ter em conta para uma vida emocionalmente sã. 

No todo, foi uma coleção que me acrescentou e trouxe novas perspetivas em cada um dos seus livros e cuja leitura recomendo vivamente.


 


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