Jenny Slate: Stage Fright e Little weirds



Jenny Slate foi um dos nomes que descobri ao pesquisar novos conteúdos para ver na Netflix. Nunca tinha ouvido falar dela antes, apesar de já ter iniciado a sua carreira em 2005 como actriz, comediante, dobradora e mais recentemente, autora.
"Jenny Slate: Stage fright", o seu espectáculo de comédia stand up, estreado a 22 de Outubro de 2019 pareceu-me uma boa opção para me entreter durante pouco mais de uma hora. Fiquei contente por o ter encontrado.
Jenny é incrivelmente divertida, com um humor que nos arranca facilmente gargalhadas mas com que nos podemos também identificar, é como se fosse a rapariga simpática da porta ao lado.
Nascida a 25 de Março de 1982 em Milton, Massachusets, a multifacetada artista norte-americana é um tour de force, ao contar-nos histórias da sua infância passada numa casa que acreditava estar assombrada, à educação judia, ao seu espírito inquieto desde criança até o seu doloroso divórcio. Jenny é honesta ao confessar o seu medo do palco que por vezes a deixa completamente paralisada. Exprime os seus pensamentos, os episódios mais caricatos e a sua sexualidade, de uma forma que nos faz rir e torcer por ela num espectáculo que é para mim um dos melhores registos de comédia da actualidade.


Para além do seu espectáculo de comédia stand up, Jenny  lançou a 5 de Novembro de 2019 um livro: "Little weirds", que expande alguns dos tópicos mencionados em "Stage fright" e consiste numa viagem à sua mente fascinante. 
Jenny parece movimentar-se sempre entre sentir-se um pouco estranha e a normalidade relativa. A autora revela os aspectos únicos e curiosos que a caracterizam, que fazem parte da sua identidade e da narrativa pessoal que está a construir. 
Como qualquer jovem depois do final de um casamento, Jenny pergunta-se se conseguirá encontrar o amor novamente e enfrenta a sua solidão, encontrando aos poucos algumas certezas que lhe dão uma base sólida para se encontrar a si própria e ver a vida com optimismo crescente.
"Little weirds" acaba por ser um elogio a tudo o que há de diferente e especial em nós, a essas especificidades que no final de contas não são defeitos, são qualidades porque fazem de nós aquilo que somos.


Jenny Slate está numa fase muito entusiasmante na sua carreira, que coincide com a confiança em ter descoberto a sua voz e a visão que pretende imprimir ao seu trabalho. Depois de anos em trabalhos como na sitcom "Parks and recreation", nas curtas-metragens e livros para crianças "Marcel the shell with shoes" ou nos filmes "Obvious child", "Zootopia" e "The secret life of pets", Jenny parece saber exactamente quem é e o que quer e mal podemos esperar para ver o que vai fazer a seguir. 




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