Três filmes sobre estar sozinha

Estar sozinha na vida, isto é, sem um parceiro(a), não tem de ser sinónimo de tristeza profunda. Afinal, todos estamos cansadas do cliché da Bridget Jones sentada no sofá a ouvir o "All by myself" lamentando-se pelo seu estado civil.
Há alguns filmes recentes que começam a subverter as normas das comédias românticas, em que para nos sentirmos inteiras e felizes tínhamos necessariamente de acabar nos braços de alguém. Decidi dar três exemplos aqui que vou passar analisar em baixo:



"Avassaladoras" (2002) de Mara Mourão, protagonizado por Giovanna Antonelli (Laura) e Reynaldo Gianecchini (Thiago). Já vi este filme há bastante tempo e fui motivada por conhecer os actores principais das novelas brasileiras da Globo, mas rapidamente percebi que "Avassaladoras" fugia ao padrão do género. Laura vive obcecada por encontrar o homem ideal, afinal é uma profissional bem-sucedida e sente que essa é a única parte que lhe falta para se sentir completa. No entanto a sua busca é elusiva e decide procurar os serviços de uma agência de namoros.
Pelo meio, há diálogos divertidos com as melhores amigas que também estão na mesma situação que ela e ao som do bonito tema "Avassaladoras" de Paulo Ricardo, Laura vai descobrir a raiz dos seus problemas e tudo o que precisa para ser feliz.



"Como ser solteira" (2016) de Christian Ditter, inicialmente chamou-me a atenção por ser protagonizado por Dakota Johnson, que vinha da controversa franquia "Cinquenta sombras de Grey". À semelhança do filme anterior, esta película norte-americana centra-se nas experiências de Alice, que deixa o namorado da Universidade e muda-se para a cidade de Nova Iorque. Depois de receber conselhos de que deve aproveitar a juventude ao máximo, Alice decide sair com várias pessoas, esquecendo momentaneamente o ex-namorado. 
Em histórias de vivências cruzadas, percebemos que estar solteira por vezes é uma escolha e não tem de ter um estigma associado nem impedir-nos de realizar os nossos sonhos. Que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar necessariamente para outra, somos todos diferentes, com sensibilidades e pensamentos únicos. Que o amor acontece naturalmente e não devemos perder o foco de nos realizarmos em tantos outros aspectos.



"Solteras" (2019) de Luis Javier Henaine é uma película mexicana que aborda um tópico muito familiar às mulheres nos seus trinta anos: sentir o relógio biológico a funcionar, querer casar e ter filhos. Em suma: estabilizar e constituir família. Esta vontade aplica-se na perfeição à personagem principal, Ana (interpretada por Cassandra Ciangherotti) que sem esperar, é deixada pelo namorado de longa data. Deprimida, sente-se completamente perdida e sem saber o que fazer consigo, quando vê a prima (que considera muito mais feia e menos atraente do que ela) exibir um anel de noivado. Esta fala-lhe orgulhosa de uma escola para solteiras que fará rapidamente com que a peçam em casamento.
O filme aborda directamente a premissa de estar solteira e desesperada, caindo em exageros por vezes, mas mostra que é possível contornar situações delicadas em que o nosso auto-respeito e dignidade são postos em causa e encontrar refúgio dentro de nós mesmas.

Estar sozinha não tem de ser sinónimo de estar carente, infeliz ou mesmo solitária. Saber desfrutar da própria companhia é das maiores bênçãos do mundo pois é a única que temos como verdadeiramente garantida e que podemos transformar num autêntico romance sem depender de outra parte envolvida. Ame-se a si mesma, como é neste exacto momento e prepare-se para viver a maior história de amor da sua vida!

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