Os problemas vocais de cantores famosos: Adele

Todos somos seres humanos com defeitos, falhas e imperfeições. Há vozes impressionantes que admiramos pela sua potência no canto ou simplesmente pelas emoções que nos transmitem quando interpretam uma canção. Inconscientemente colocamos algumas dessas pessoas como que num panteão de semideuses.
Lembro-me quando era pequena e via no meu horóscopo a cantora Whitney Houston, nascida a 9 de Agosto de 1963 e infelizmente já falecida. Eu nasci a 5 de Agosto de 1987 e ter como companheira do signo Leão uma estrela tão enaltecida pelo seu talento e carisma deixa-me muito contente, daquela maneira fácil e por isso mesmo tão doce que sentimos quando somos crianças.
Enquanto aspirante a cantora, pareceu-me importante analisar alguns dos problemas que os artistas profissionais enfrentam e discorrer um pouco sobre como os solucionaram.
Inauguro esta série de postagens com uma cantora que é considerada uma das melhores intérpretes e compositoras da sua geração: Adele.




Adele (nascida a 5 de Maio de 1988) possui uma voz rica, tocante, que é um verdadeiro tour de force e que nunca esquecemos depois de a ter ouvido. No entanto, a cantora britânica tem passado por problemas vocais graves na última década. 
Em Junho de 2017, viu-se obrigada a cancelar dois espectáculos no estádio de Wembley depois de danificar as cordas vocais. 
Seis anos antes tinha enfrentado um dos maiores pesadelos dos cantores profissionais que requereu uma intervenção cirúrgica. Na consequência de uma hemorragia nas cordas vocais depois de cantar num programa de rádio francês, Adele foi submetida a uma micro cirurgia para reparar estes danos. O procedimento é muito delicado e de alto risco, como explica um artigo bem detalhado do jornal The Guardian "Why do stars like Adele keep losing their voice?". Bisturiss em miniatura e pinças são guiadas pela garganta para remover o tecido danificado que está a prejudicar as cordas vocais. Tudo com o intuito de devolver à voz o timbre natural, clareza, elasticidade e alcance.
No caso de Adele, um pólipo tinha-se formado por baixo do epitélio, a camada fina mais exterior da corda vocal. Depois de extrair cuidadosamente a massa infectada, foi usado laser para tratar a superfície com a hemorragia e prevenir a formação de cicatrizes. O cirurgião de Adele, Steven Zeitels não podia errar um milímetro. Não podia interferir com os tecidos saudáveis nem fazer uma excisão muito profunda ou poderia danificar permanentemente a lamina propria, uma camada suave de tecido conectivo na camada superior das cordas vocais da cantora, responsável pela extensão e poder da sua voz.
Três meses após a cirurgia, nos Grammys de 12 de Fevereiro de 2012, Adele levou seis galardões para casa, incluindo o cobiçado álbum do ano, tendo agradecido a Zeitels por restaurar a sua voz.
Os fundadores da academia New Voice Studio Brilla e Paglin comentaram o caso afirmando "Não consegues resolver o problema ao simplesmente aliviar o sintoma. É um problema de motor. O cantor tem de perceber que é a maneira como estão a trabalhar o motor: as técnicas que usam para cantar. Se não consertares o mecanismo vai acontecer outra vez".
Brilla e Paglia aconselham uma abordagem mais natural nas suas técnicas de canto, que permita de certa forma massajar as cordas vocais, devolvendo à voz um timbre saudável e que assegure longevidade na carreira musical.
Entretanto, Adele já recuperou e o seu quarto álbum de estúdio depois de "19" (2008), "21" (2011) e "25" (2015), é aguardado para breve.

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