Cinco lições que aprendi este mês

O mês de Outubro aproxima-se do fim e com ele chegaram algumas lições que aprendi em diversos contextos: no trabalho, com a minha família e amigos, nos meus passatempos (sobretudo a leitura).
Então, sem mais demoras vou esquematizar, por pontos, algumas das que têm sido as guias orientadoras dos meus dias:
1- Muitas vezes a vida não vai correr como esperamos e os problemas surgem: somos mal interpretados pelos outros, bate-nos uma desgraça à porta ou somos simplesmente contrariados e forçados a continuar a sorrir como se nada se passasse. Há muita coisa incomoda, que não mata mas moí e a única solução para não infligirmos tortura às nossas mentes parece-me em vez de ter uma postura de vítima e perguntar "Porquê eu?", perguntarmos "Como posso eu aprender com isto, crescer e tornar-me melhor?". Acho que esta atitude dá o tom para todas as mudanças que podem acontecer de forma subsequente e de facto nunca paramos de aprender, todos os dias as lições são inúmeras e se estivermos receptivas a elas, de alma aberta, nunca pararemos de evoluir.
2_ Nem sempre vamos poder usar todos os nossos poderes para criar, aliás, mantém-se a incógnita se será possível reinventar a roda, já que como versa a Bíblia nada há de novo debaixo do sol. Assim, às vezes temos de fazer tabula rasa do que aprendemos anteriormente e enfrentar os desafios, sem pruridos e pré-conceitos, totalmente maleável, pronta a adquirir novos conhecimentos, como uma folha em branco que vai ser preenchida como a tinta da experiência.
3_ Saber adiar a gratificação instantânea e distinguir o que são necessidades do nosso cérebro assentes na carência e no princípio do prazer imediato e no que realmente precisamos fazer para nos sentirmos realizados a nível pessoal, num plano mais elevado da Pirâmide de Maslow, que faz a hierarquia dessas mesmas necessidades. Isto é importante quando queremos seguir um novo regime alimentar, por exemplo, mas também quando queremos implementar um projecto a longo prazo, de dimensões ambiciosas, que temos de subdividir em etapas para ir obtendo resultados mensuráveis e mantermos-nos motivados para continuar a trabalhar. 
4- Saber ser selectiva, fazer triagem e dizer não é vital porque se não escolhermos o caminho que queremos seguir, os outros tentarão impor-nos as suas opiniões e pontos de vista. Nem todos os dados com que lidamos diariamente têm relevância, a inteligência está em saber separar o trigo do joio, as pérolas do que é simplesmente entulho. Muitas pessoas acabarão por dar-nos conselhos pela negativa: Não sejas tão emotiva, não dês passos maiores que a perna, não desperdices, não comas demais, não sejas tão sonhadora porque quem tudo quer tudo perde. Nem sempre conseguimos concordar com algumas das advertências. Há alturas em que é preciso agir mesmo só com o coração, há momentos para arriscar e não ter jogadas seguras e, há quem diga, que nem o céu é o limite para os nossos sonhos, que devemos quebrar todo e qualquer tecto de vidro. De modo que os pontos de vista dos outros têm o seu valor mas o final nós separamos e retemos o que achamos importante, fazemos a nossa lista de prioridades, as nossas escolhas, aceitamos o que parece valioso e rejeitamos um outro tanto.
5- Tudo o que vivemos nos prepara para a etapa seguinte é uma das afirmações mais verdadeiras que conheço. Nem sempre foi assim, há sempre fases em que não encontramos sentido em nada e a vida nos parece uma sequência de acontecimentos de ordem quase aleatória, sem significado subjacente. A sensação de estagnação, de termos perdido o fio à meada, de estarmos presos (sobretudo quando se passa longos períodos desempregado, por exemplo) impede-nos de ver um propósito maior para as provações que estamos a viver mas um dia, possivelmente mais cedo que julgamos, vamos conseguir ver uma perspectiva mais abrangente e assimilar as vivências de forma mais positiva. Não podemos ruminar o passado, temos de recuar o suficiente para estudar os nossos erros e depois, é altura de seguir em frente porque a vida é movimento e continua. Para ficarmos mais perto da pessoa que queremos ser, há que nos inspirarmos em modelos de referência, fazer essa modelagem da excelência e prosseguir a nossa jornada com brio e determinação. O presente é feito de oportunidades à espera de serem agarradas. 
A realização pessoal, a que aludia o psicólogo norte-americano Abraham Maslow (1908-1970) e está no topo da hierarquia das necessidades irá acontecendo naturalmente, fluindo como gotas de água. Não devemos aspirar a somas totais, à medida que realizamos metas há que colocar a barra mais alta para novos desafios, para provarmos a nós mesmos que conseguimos superar-nos continuamente e sentir um pouco o gosto da transcendência.

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