O melhor ano da sua história


"O melhor ano da sua história" é um documentário dividido em quatro pequenos episódios lançado no mês passado do famoso psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Cury. 
Em linhas gerais, Cury pede-nos para não envelhecer a nossa emoção, para valorizar o que temos sem reclamar, não permitindo que os nossos cérebros se tornem o nosso maior carrasco. O ser humano tem a possibilidade de dar respostas inteligentes para solucionar conflitos e de se superar. Não permita que os espaços físicos o asfixiem mas faça para que libertem o seu imaginário. 
O psiquiatra fala-nos do registo automático da memória (RAM) e das janelas killers e traumáticas ou duplo P (poder de ser inesquecível e poder de ser lida e relida) . Distingue entre o pensamento dialéctico (lógico e linear) e o anti-dialéctico (um pensamento mais rico e complexo que nos permite divagar sobre o passado e projectar o futuro, sonhar e imaginar).
Temos de saber lidar com as nossas mágoas, stress, perdas e frustrações, desenvolver a nossa criatividade, ânimo e coragem. Não podemos deixar que os pensamentos destrutivos sejam como vampiros que sugam a nossa energia e transformam a nossa vida num inferno. Isto sucede quando sofremos por antecipação, nos culpamos, cobramos demasiado de nós mesmos, achamos que não conseguimos conquistar pessoas ou que não vale a pena viver. É nas dificuldades que temos de aprender a nos reinventar. 
Para não adoecer, temos de cuidar dos nossos pensamentos e da qualidade das nossas emoções. Há actualmente um grande aumento da taxa de suicídios, sobretudo entre jovens dos 10 aos 15 anos. É necessário ensinar as pessoas a mapear os seus fantasmas mentais e dar-lhes ferramentas para que se tornem autores da sua história. 
Augusto Cury considera que cada ser humano é uma jóia única no teatro da existência e que ninguém é digno do pódio se não utilizar os seus fracassos para conquistá-lo. Defende ainda que os que desprezam pequenos acontecimentos nunca farão grandes descobertas e que ser livre é ter um caso de amor com a própria história.
O psiquiatra e autor realça a importância do sonho e da disciplina, na medida em que no seu entender sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas e disciplina sem sonhos produz pessoas atomatas. 
O projecto de vida é feito de decisões solitárias tomadas no foro íntimo e o que distingue o sonho do mero desejo é que os sonhos criam raízes, ganham musculatura, são mais vividos e feitos de uma emoção profundamente alicerçada na essência da pessoa. Os desejos, por seu turno, são meras intenções superficiais. Como tal, é necessário separar o trigo do joio e dar o melhor de nós mesmos para sermos felizes.
Os pensamentos que temos são os gestores da mente humana e podem ser construtivos e produtivos, que nos apaixonam e impulsionam ou pelo contrário, que nos puxam para baixo e nos fazem andar como zombies pela vida, apenas obedecendo a ordens.
Os sonhos onde se inclui a humanidade produzem uma felicidade sustentável e inteligente, aos invés daqueles que são individualistas e até egoístas, centrados no egocentrismo.
Nunca devemos desistir dos nossos sonhos por medo de uma ou mais variáveis, como por exemplo a rejeição social porque ao fazê-lo estamos a deixar de escutar o nosso coração. Para realizar um sonho é preciso investir tempo e dedicação, mas tal é necessário visto que segundo Cury "Uma vida sem sonhos é um céu sem estrelas, uma história sem aventuras".
Para Cury a disciplina é composta por três fases: de euforia e desejo de excelência (primeira fase), deserto emocional (em que há sentimentos de tédio, angústia, incapacidade, punição, cobrança, dependendo de cada personalidade- segunda fase) e consolidação e sustentabilidade, em que construímos um oásis da sustentabilidade emocional (terceira fase).
Produzimos muito lixo mental que temos de aprender a reciclar. Temos de ser líderes de nós mesmos para evitar ser liderados por conflitos e fracassos. 
Para impulsionar a construção da nossa própria história temos de aliar sonho, decisão e disciplina. Não seja escravo das suas inseguranças e não espere o apoio das outras pessoas para começar. Augusto Cury considera que a solidão dramática e intensa nos tira o prazer de viver enquanto a solidão branda estimula a criatividade, pelo que não devemos ter medo da solidão mas sim de não saber geri-la. 
Os momentos difíceis da nossa vida são importantes bem como a forma como os ultrapassámos e as oportunidades de aprendizagem que vivências de dor, mágoa ou raiva nos trouxeram. É um desafio encontrar pérolas no meio do que nos magoou mas é essencial para depois sabermos identificar os momentos bons e as memórias que nos trazem esperança. 

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