Os ensaios de Meghan Markle Parte I

Aos 35 anos, Meghan Markle é mais do que a actriz americana da série "Suits" ou de filmes como "Remember me", "Horrible bosses" e "Anti-Social". É também mais que a namorada do princípe Harry de Inglaterra. É defensora de causas humanitárias e afirma-se em nome próprio pelas palavras que tem deixado escritas nos últimos anos.
No ensaio "I'm more than the other" para a revista Elle em 2015, Meghan aborda como criou a sua identidade e encontrou a sua voz sendo birracial, filha de pai caucasiano e mãe afro-americana. Segundo a actriz, a sua identidade mista criou uma zona cinzenta, de linhas esbatidas. Quando coagida pela professora a definir a sua etnia como caucasiana num censo durante a aula de Inglês, Meghan não marcou nenhum quadrado "Deixei a minha identidade em branco, um absoluto incompleto- muito como eu me sentia". 
Ao entrar na indústria do entretenimento, depois de experimentar em primeira mão racismo em relação à sua mãe, Meghan afirma que a profissão de actriz é fixada por rótulos "Eu não era negra o suficiente para os papeis negros e não era branca o suficiente para os brancos, deixando-me nalgum lado do meio como o camaleão étnico que não conseguia arranjar um trabalho". Meghan destaca a importância da sua personagem Rachel Zane de "Suits" na maneira como mudou a maneira como a cultura pop define beleza. "Enquanto mulher birracial, observo com horror enquanto ambos os lado da cultura que defino como minha se tornam vítimas da cobertura dos media, perpetuando estereótipos e lembrando-nos que os Estados Unidos talvez só tenham colocado pensos sobre os problemas que não cicatrizaram na raiz", afirma.
Agora, Markle define-se como uma mulher curada, que abraçou a sua herança cultural mista com orgulho, confiança e força, que se recusa a definir a sua etnia como "Outra" e declara. "Sou suficiente exactamente como sou"".
Meghan Markle construiu a sua identidade independentemente da sua cor de pele, introduziu-se ao mundo por quem é e não pela sua etnia. "Tu crias a identidade que queres para ti mesma, tal como os meus antecessores fizeram quando lhes deram liberdade. Porque em 1865 (o que é tão surpreendentemente recente), quando a escravatura foi abolida nos Estados Unidos, os anteriormente escravos tinham de escolher um nome. Um sobrenome, para ser exacto". Meghan termina dizendo que um dos seus antepassados escolheu como sobrenome Wisedom (sabedoria) e desta forma desenhou a sua própria caixa.
Na sua contribuição para a revista Allure de Março deste ano denominada "41 women of color get REAL about beauty and diversity", Meghan Markle revela memórias de infância na casa da avó, com a família de cores de pele variando desde a tez clara à de caramelo e moca. "Lembro-me da sensação de pertença não ter nada a ver com a cor da minha pele. Foi apenas fora dos confortos de casa que o mundo viria a desafiar esses ideais. Frequentei umas aulas de estudos afro-americanos em Northwestern onde explorámos o colorismo. Foi a primeira vez que pude pôr um nome para o sentimento de ser demasiado clara para a comunidade negra, demasiado mista para a comunidade branca. Nos castings era chamada de etnicamente ambígua". 
Hoje em dia Meghan só tem medo que removam digitalmente as suas sardas nas sessões fotográficas "Para os meus amigos de rostos com sardas por aí, vou partilhar com vocês algo que o meu pai me disse quando era mais nova "Uma face sem sardas é uma noite sem estrelas".

Foto retirada de: http://www.elle.com.au/culture/meghan-markle-essay-on-being-biracial-8429

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