Ensaios de celebridades para ler em 2017 Parte I


A actriz norte-americana Kristen Bell é mais conhecida por papeis na série televisiva "Veronica Mars", em filmes como "Forgetting Sarah Marshall", "Couples retreat", "When in Rome", "You again" ou por dar a voz à princesa Anna no filme da Disney Frozen. Foi exactamente há um ano que escreveu um ensaio para a Motto intitulado "I'm over staying silent about depression" em que sob a égide, de que não há nada de fraqueza em lutar com doença mental, fala abertamente do seu próprio. Kristen revela que quando andava na Universidade, e se sentiu atormentada por uma atitude negativa que ensombrava tudo "Sou normalmente uma pessoa efervescente, positiva e de repente parei de me sentir como eu própria". Felizmente, quando tinha aos 18 anos a mãe tinha-lhe dito que se alguma vez se sentisse com uma nuvem escura a estivesse a seguir devia procurar ajuda (um médico, um terapeuta) e que havia sempre opções disponíveis. O segredo é tentar lidar com as coisas com honestidade e não escondê-las, sob pena de se revelarem destrutivas. Durante os primeiros 15 anos da sua carreira, a actriz preferiu não revelar a sua depressão "Para mim depressão não é tristeza. Não é ter um mau dia e precisar de um abraço. Deu-me um completo e total sentido de isolamento e de solidão". Kristen sentia-se consumida por pensamentos que atingiam o seu circuito mental e tudo consumiam, dizendo-lhe que não tinha valor, que nada tinha a oferecer ou que era um fracasso. Com a ajuda certa percebeu que este modo de pensar era errado e que todos nós temos um contributo a dar ao mundo. Kristen Bell fala do estigma associado à doença mental, que afecta cerca de 20% dos americanos adultos no seu tempo de vida. "Check ins mental deviam ser uma rotina como ir ao médico ou ao dentista". Falar sobre os sentimentos, examinar as suas opções é extremamente importante. "Estamos todos na equipa dos humanos e vamos ser honestos- não é uma equipa fácil na qual estar. É stressante e taxativo e preocupante mas também é gratificante e bonito e brilhante. De forma a que todos de nós experimentem o fôlego total da equipa humana, temos de aprender a comunicar" afirma a actriz, que espera ajudar a criar alguma luz nesta situação escura.




Em Novembro do ano passado, a cantora e actriz norte-americana Lady Gaga escreveu um ensaio para a revista Harper Bazaar, "Portrait of a lady", em que fala do que significa ser mulher no mundo moderno. A artista começa por falar da sua rebeldia desde tenra idade e de como cresceu com muita culpa, parte da herança de vir de uma família italiana e católica, de mulheres que descreve como resistentes e poderosas. Lady Gaga fala da história da sua família desde que imigraram da Itália pela ilha de Ellis e da morte da sua tia Joanne, que morreu com apenas 19 anos de idade, de lúpus, uma doença auto-imune. Uma das razões para doença ter piorado segundo Gaga foi abuso sexual quando Joanne estava na Universidade. Os efeitos do seu desaparecimento precoce foram devastadores para o pai e avós de Lady Gaga. "Para mim, a Joanne era a minha esperança e fé. Sempre senti que tinha alguém a olhar por mim e olhava para ela para me proteger. À medida que envelheci, também olhei para ela para me ajudar a compreender-me a mim mesma. "Ser uma senhora hoje em dia significa ser uma lutadora. Significa ser uma sobrevivente. Significa deixares-te a ti mesma ser vulnerável e reconhecer a tua vergonha ou que estás triste ou zangada. Requer muita força fazer isso". Lady Gaga falou abertamente no passado sobre sofrer de stress pós traumático, o que se reflectiu no último álbum de estúdio, Joanne "Antes de fazer Joanne tirei algum tempo. Fiz música com Tony Bennet. Fiz "Til it happens to you" com a Diane Warren. Mas fui capaz de sair do comboio de trabalho sem fim em que estava, que era muito abusivo para o meu corpo e mente e ter algum silêncio e espaço à minha volta. Queria experimentar a música outra vez da forma que fazia quando era mais nova, quando tinha simplesmente de a fazer, em vez de me preocupar com o que toda a gente pensa ou ser obcecada com coisas que não são importantes".  Lady Gaga reflecte sobre o efeito viciante da fama e sobre a sua carreira "Completei 30 anos este ano e sou uma mulher completamente formada. Tenho uma perspectiva clara do que quero. Isso para mim é sucesso. Quero ser alguém que luta pelo que é verdade, não por mais atenção, mais fama, mais prémios. Saúde, felicidade e amor- essas são as coisas que estão no coração de uma grande senhora. É esse o tipo de senhora que eu quero ser".



Na Motto, a cantora norte-americana Jojo escreve um pequeno ensaio sobre imagem corporal e aceitação denominado "I will never have a tight gap and it's all good". Jojo começa por dizer, cheia de humor "Com 25 anos, sou uma casa de tijolos adornada com cicatrizes de batalha e celulite, curvas e confiança". A pressão para ter abdominais ou a comparação com outras raparigas são questões com que ela se defronta não apenas por estar na indústria do entretenimento mas por ser uma mulher na sociedade. "A estrada para te aceitares a ti mesma está cheia de razões pelas quais não devias. Pode ser uma verdadeira montanha russa processar e compartimentalizar todas as imagens e opiniões com que somos confrontados todos os dias". Jojo fala do escrutínio público resultante do seu trabalho e de como certas áreas do seu corpo a enchiam de vergonha. Aos 19 anos sentia-se como um produto e após o presidente da sua antiga gravadora lhe ter dito para perder peso, fez uma dieta de restrição calórica, tomou suplementos e mesmo injecções para emagrecer, o que descreve como "a coisa menos saudável que já fez". Actualmente, a cantora recusa ser comparada com alguém que parece perfeita e por em perigo a sua saúde física e mental "Quando penso em todo o tempo que passei desconfortável na minha própria pele desejando que pudesse hibernar no Inverno e voltar magra, percebo que podia ter dirigido essa energia e obsessão em algo muito mais produtivo". Jojo pede às pessoas para aceitaram a sua beleza única e as possibilidades infinitas que vêm de focar-nos mais no trabalho interior que precisa de ser feito e nas conexões que transformam a nossa vida, que podemos construir com outras pessoas. Ser uma pessoa, fazer um bom trabalho, ser uma pessoa de palavra e fazer a diferença devem satisfazer-nos mais do que uma mera aparência física. "Não precisas de conformar. Podes ser a tua melhor versão e pode não se parecer com o que os outros esperam de ti. Dá a ti própria um tempo. Respira. Não precisas de te justificar ou pedir desculpa por ocupar espaço, tirares o teu tempo e seres verdadeira contigo mesma. Quando aceitas quem és, é apenas uma questão de tempo para os outros se seguirem".

Crédito das imagens
Kristen Bell: By Magicland9 - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=33543806;

Lady Gaga: http://www.harpersbazaar.com/culture/features/a18630/lady-gaga-womanhood-essay/

Jojo: http://www.gq.com/story/wcw-jojo

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