"Lições do hospital de saúde mental"


Este é o título de uma apresentação pública no evento TedxTransverseCity da escritora, oradora e activista americana Glennon Doyle Melton. A autora começa por falar de outra apresentação de uma das suas heroínas, Brené Brown, uma pesquisadora sobre vulnerabilidade, autenticidade, coragem e vergonha. Glennon que se descreve como uma bulímica, alcóolica e consumidora de drogas em recuperação brinca que também pesquisa sobre vergonha mas no terreno. Cita então Brown e afirma que "Coragem é ser capaz de contar a história de quem tu és com todo o teu coração". Cita também a artista Georgia O' Keefe "Quer sejas bem-sucedido ou não é irrelevante. Não existe isso. Tornar o desconhecido conhecido é o que é importante".
Glennon afirma que vivemos escondidos por capas de fingimento, vícios (tais como perfeccionismo, excesso de trabalho, apatia) que se sobrepõem ao nosso lado carinhoso e sensível que não quer ser visto ou ouvido. Assim escondido em segurança, este não sente nada e em vez de contar a verdade torna-se mentiroso, podendo levar a comportamentos de dormência mental e adição. 
A procura de um conforto em que se sentisse segura levou a palestrante a construir o seu próprio mundo de vícios entre os quais se incluía a bebida, as drogas e a comida. A sua energia nervosa não tinha um foco e acabava por sentir-se exausta depois de mais um episódio de bulimia. "Eu não queria lidar com o desconforto e confusão de ser um ser humano" declara Glennon.
No hospital de saúde mental no final de saúde mental Glennon aprendou com pessoas que expressavam o que realmente sentiam, que eram corajosas, boas ouvintes, que tiravam as suas capas, que mostravam as suas cicatrizes exteriores e interiores, que deixavam saber em que bases assentavam.
A autora afirma ter mudado de vez a sua vida quando descobriu estar grávida e que o nascer do sol a fez levantar com uma esperança renovada. "O nascer do sol brilha para toda a gente, não julga" declara. Foi um voltar à vida e a fazer a coisa certa e depois a coisa certa seguinte apesar de estar assustada. 
Glennon Doyle Merton acredita que por vezes tudo piora antes de ficar melhor, que há elementos que nos torturam feitos de sofrimento, perda e vergonha. Afirma que a dor e a alegria são o que nos torna seres humanos completos e não é preciso esconder ou tentar arranjar o que não está quebrado.
Através da sua escrita, Glennon fala de servir os outros e descobrir que não precisamos de ser super herois, que podemos remover as nossas capas e sair para este mundo brilhante e confuso.
Sob a premissa de a vida é brutal mas também bela e de que é mais corajoso ser o Clark Kent que o Super-homem, Glennon apela a que sejamos pessoas que não tenham medo de sentir e partilhar, que perdoem e se deixem guiar pela dor e solidão para se ligarem a outros seres humanos e viver o presente com paz, dignidade e amizade. É nestes quesitos de honestidade e por vezes estranheza que vamos viver quem somos na realidade e eventualmente prosperar.
Glennon Doyle Merton escreveu os livros "Carry on, warrior" (2012) e "Love warrior" (2016). É a criadora da comunidade online Monastery e a fundadora e presidente da Together Rising, uma organização não lucrativa que já angariou quatro milhões de dólares para mulheres e crianças em crise.

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