Webinário "Encore: Metáforas inspiradoras para coaches e treinadores" com Alexandra Lemos

Devido ao grande sucesso do primeiro webinário relativo a metáforas para coaches e trainers, a International Coaching Community (ICC) realizou um encore com Alexandra Lemos, que mais uma vez partilhou a sua sabedoria com os ouvintes. Foi repetida informação da primeira sessão (podem consultar o meu texto sobre ela neste mesmo blog no link: http://quimerainsular.blogspot.pt/2016/08/webinario-metaforas-para-coaches-e.html) e acrescentado conteúdo novo.
As metáforas surgem da necessidade de transmitir ideias, práticas, sentimentos e insights através de objectos físicos, de forma 3D.
Alexandra Lemos começou por mostrar uma foto sua como engenheira, aos 26 anos a trabalhar na Ponte Vasco da Gama, há 20 anos atrás. Estava a 30 metros de altura e, uma vez que os seus colegas não estavam muito próximos fisicamente e havia ruído constante, Alexandra especializou-se na comunicação não-verbal para explicar o que pretendia, o que se tornou uma âncora para o seu desenvolvimento da metáforas mais tarde enquanto coach.


O coaching procura colocar as pessoas no estado desejado, ajudá-las a alcançar os seus objectivos e a serem mais felizes. As metáforas, com o seu humor, cor e riqueza têm mostrado ter muitos resultados entre os clientes e um bom feedback. A maior parte delas remete para a necessidade de estar no controlo do próprio destino, de chegar ao estado que se quer, através de questões poderosas que são colocadas pelo coach. Estas metáforas, baseada na já longa experiência de Alexandra Lemos como coach e treinadora de coaches. podem dar insights maravilhosos e apelar ao cliente para que se concentre nas soluções, em descobrir a metáfora por detrás da metáfora.
Por vezes sentimo-nos perdidos, não conseguimos expressar-nos bem e comunicar-nos efectivamente. Temos a sensação que as pessoas não nos ouvem, o que nos coloca em estados de stress, ansiedade e falta de liberdade.
A filha de Alexandra Lemos, Ana, na atura com 11 anos desenhou a sua definição de coaching que mostro abaixo.


De facto, a vida é um desafio, é dualista. Todos temos um lado triste, com pensamentos ou sentimentos negativos e um lado feliz, positivo e com sentido de humor. O coaching visa então ajudar as pessoas a atingir os seus objectivos e metas baseados nos seus valores. Temos de escolher que parte deste coração tão bem desenhado pela Ana é que vamos usar na vida tendo em conta que a energia flui para onde vai a nossa atenção.
Há um equilíbrio entre dar e receber na vida, expressa na metáfora no boomerang. Se semeamos batatas jamais vamos colher alface. 
Afinal, queremos ser a vítima (que tem sempre pensamentos negativos, que culpa os outros, que se sente diminuída) ou o autor da nossa história (o que busca soluções, o que aumenta o seu poder ao concentrar-se nos recursos que possui e a ir em frente, co-criando um ciclo que mais tarde ou mais cedo trará vitórias)?

 

Podemos escolher ser o Mr. Problem, na figura a vermelho, que se identifica profundamente com todo e qualquer problema, que se queixa, que tem um estado mental infeliz, que não se ajuda a si mesmo a crescer ou o Mr. Results, que se foca nas soluções e é bem mais feliz e está pintado de cor-de-rosa. Estas últimas duas metáforas são muito poderosas no treino de coaches e na intervenção do coach pois lembram-nos que as situações se resolvem não ao apontar para o exterior mas para dentro de nós.




Se aplicarmos estes princípios e reconhecermos que somos únicos e capazes iremos chegar a um estado de auto-confiança, em que as nossas qualidades estão ancoradas de forma sólida e os nossos recursos nos trazem felicidade.


Outra metáfora importante é a da mão aberta, com cada um dos cinco dedos da mão a apelar à necessidade de ter calma. "Eu penso com calma", "Eu falo com calma", "Eu ajo com calma", "Eu reajo com calma", cuja conclusão geral no último dedo é "Só a calma me beneficia". Podemos escrever o que quisermos, como vemos no exemplo abaixo, feito para crianças:


Ouvir é o atributo mais importante de um coach e de um líder, ou seja, ter a capacidade de se por no lugar do outro. Perguntar ao cliente "O que realmente quer?", resistir ao impulso de completar as suas frases, saber calibrar-se ao seu estado emocional, trabalhando lado a lado para discernir objectivos com clareza é essencial. 
Para alcançar um equilíbrio feliz na vida é preciso trabalho árduo, disciplina e não ficar dependente da sorte, ou seja, ter raízes profundas nos seus valores, experiências de vida e mudar crenças limitantes. Os estímulos têm muito poder mas isso não significa nunca que não possamos mudar comportamentos do passado que não nos servem mais actualmente. Uma das metáforas utilizada neste quesito é a do elefante acorrentado em adulto, que por o ter sido desde pequeno, não tem noção da sua força e de que pode libertar-se do que o aprisiona quando assim o desejar.
Uma metáfora também muito usada é a do alvo, em que o cliente pode expressar o desejo de pesar 60 quilos, pelo qual terá de perder peso. 

Alexandra Lemos considera que há três senhoras da mente que podem sabotar a dieta do cliente, levando o seu objectivo ao fracasso. 


São elas a Senhora Tentação, a Senhora Desculpas e a Senhora Desmotivação.


A Senhora Tentação é a que nos diz "Vai saber tão bem".



A Senhora Desculpas, que funciona como gémea da primeira e trabalha com ela é a que nos diz que amanhã começa a dieta ou "É só desta vez".



A Senhora Desmotivação é a que nos diz "Eu não consigo fazer isto. Nunca resulta comigo" e que perdeu toda a energia de foco que é requerido para a resolução ser bem-sucedida.



Todos carregamos bagagem emocional mas temos também a possibilidade de nos mudarmos, de largar a que não se adequa aos nossos objectivos presentes. 



Medo, preocupações, pensamentos negativos, ódios podem ser transformados em amor, paz e pensamentos positivos, num caminho de recursos. Para tal, é importante mudar os padrões de linguagem, usar a palavra linguística certa. Em vez de "mas" dizer "e", de "se" usar "quando", ou seja, não por em dúvida que conseguimos alcançar algo.



Outras metáforas de destaque incluem a lupa (que permite fazer zoom à realidade), a claquete (para dar uma segundo take na nossa vida, uma nova oportunidade a nós próprios), a poção miraculosa de coaching (para que os seus princípios estejam tanto no nosso ADN como o nosso sangue), do cérebro em plástico que nos lembra dos seus mecanismos e que não somos máquinas e que temos emoções, pensamentos, memórias e reacções involuntárias.
Há ainda a antena da intuição que nos aponta para a importância de fazer as questões certas no momento indicado e que o coaching não oferece apenas uma estrutura, está ligado a sentimentos e ao rapport que se faz com o cliente.


A lâmpada de insights é também uma óptima metáfora para as aprendizagens retiradas de uma sessão de coaching.


Alexandra Lemos fala-nos depois das metáforas artísticas como a da sua personagem Marion Onion, uma criada que se victimiza e se queixa constantemente, que não tem os seus recursos preenchidos e tenta ir além dos seus limites, tornando-se uma executiva. Contudo, também acaba por não se sentir feliz assim e fica a sofrer de burnout. 


Com a ajuda da audiência e de questões poderosas do Coaching, Marion acaba por descalçar os sapatos e a desligar o computador e a querer apenas amar e ser amada.


Outra personagem, desempenhada nas Jornadas Internationales de Coaching em Santiago de Compostela é o observador, em que Alexandra surge toda vestida de negro, a representar o que é velho e diz "Estou cansada. Quero-me retirar". Esta representação remete para a importância vital de estar no controlo do próprio destino.
A personagem da vítima é também uma metáfora muito elucidativa da postura que podemos ter perante a vida.


O balão simboliza a necessidade de brincar, de nos livrarmos de todas as preocupações que temos.


O fantoche representado na foto abaixo coloca-nos a seguinte pergunta: Pensas pela tua própria cabeça ou usas a de outra pessoa? Remete para a necessidade de desenvolver o poder pessoal através das nossas próprias ideias.


A cara sorridente da última foto dispensa apresentações. É a metáfora do que no final de contas todos procuramos e na qual o Coaching pode ocupar um papel de destaque: a felicidade.

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