Bombeiros: super heróis por vocação

As notícias são alarmantes: mais de metade da área ardida na Europa é em Portugal. Os incêndios que consomem o nosso país multiplicaram-se durante o Verão, não dando descanso àqueles que sendo voluntários nada recebem a nível monetário para responder às inúmeras solicitações de que são alvo, arriscando muitas vezes a vida para apagar fogos e impedir que as chamas alastrem às habitações circundantes.
Não podem voar lançando teias como o Homem Aranha, não têm visão raio x nem são feitos de aço como o Super Homem, não têm a força descomunal do Incrível Hulk. Têm os mesmos poderes de qualquer homem dito normal, deixam as famílias para trás para irem combater os incêndios, lançam medos e receios para trás das costas enquanto avançam sempre para a frente, com as mangueiras em riste a tentar dominar o que arde.
Os bombeiros deviam ser mais mais louvados pelo seu trabalho. O meu avô materno, que foi bombeiro voluntário praticamente toda a vida recebeu mais tarde uma medalha de mérito pelos seus serviços. Mas será este reconhecimento alguma vez suficiente para homenagear o heroísmo, o altruísmo de quem deixa de lado (muitas vezes para segundo plano a vida pessoal) para ajudar? Ou melhor, que têm um sentido de dever cívico, de ética e de vocação tão forte que não conseguiriam dormir de consciência descansada se não estivessem no terreno enquanto um fogo deflagra, se não fossem bombeiros?
Um dos meus cadernos em inglês pergunta "O que estás a fazer para proteger a natureza?". A resposta não é, infelizmente, satisfatória no meu caso. Tenho a sensação de que tudo o que puder fazer pelo meio ambiente será sempre muito pouco. Nesta era da predominância do digital fala-se menos do abate de eucaliptos para dar origem ao papel mas talvez não se fale tanto como se devia da devastação profunda causada pelos incêndios, do aquecimento global e das consequências da destruição da floresta Amazónica.
Temos de agir e, ao contribuirmos, para a melhoria de condições de trabalho dos bombeiros estamos a ajudar que eles nos ajudem a nós. Porque afinal a floresta é de todos e a qualidade do ar que respiramos também. Deve-se dar a glória que é merecida a estes heróis de vermelho do nosso quotidiano que possivelmente por nos entrarem pelos ecrãs das televisões regularmente tomamos muitas vezes como garantidos. E essa glória é tanta que nos deve encher todos os dias de gratidão. Mas, a natureza está nas mãos de todos e compete-nos fazer mais para prevenir e lidar com estas catástrofes para que a nossa área verde fique mais protegida, para que esteja em boas mãos.

  

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