Webinário "Metáforas para coaches e treinadores inspirados" por Alexandra Lemos

No final da tarde da passada Segunda-feira, dia 15 de Agosto, Alexandra Lemos, a representante nacional da ICC (International Coaching Community) deu um interessantíssimo webinário gratuito subordinado ao tema "Metáforas para coaches e treinadores inspirados". Alexandra vê o coaching como uma missão e usa metáforas com muita paixão, sendo conhecida como "a treinadora das metáforas". Estas podem ser verbais, não verbais e artísticas e são uma forma de aceder à mente inconsciente.
Uma das primeiras regras para se comunicar bem é usar de simplicidade, de forma a expressarmos a nós mesmos e a interagir com um mundo cheio de ideias, cores e objectos. Usar metáforas é uma forma de encapsular a realidade bem como enfrentar os seus desafios e obstáculos. Criar metáforas que vão de encontro ao contexto do cliente e causem insights vai desenvolver a continuidade da auto-aprendizagem. Estas devem estar em sintonia com o ritmo do cliente e o seu fluir. O coach pode até perguntar "Onde é que esta metáfora te toca?".
Servir-se de metáforas tridimensionais nas sessões de coaching e treino é a maneira ideal para responder a um mundo em que é cada vez mais fácil criar conteúdos, partilhar ideias, aprender através de outros, ter âncoras e alocalizar recursos.
Etimologicamente, metáfora une os termos "meta", ir além, e phora que alude a mudança, transição, trazer de um sítio para outro. As metáforas dão um sentido figurativo ao significado literal de uma palavra ou frase. Temos como exemplo as analogias, parábolas, ditados populares, anedotas, alegorias e provérbios.
As metáforas permitem assim o acesso aos recursos inconscientes, aos sentidos simbólicos como se pode interpretar por um desenho. São compreendidas por ambos os lados do cérebro: o esquerdo (associada com a mente consciente, racionalidade, lógica e processamento da linguagem- compreensão literal) e o direito (associado com a mente inconsciente, intuição e criatividade de emoções- compreensão figurativa). 
Alexandra Lemos deu seguidamente exemplos de metáforas pessoais usadas pelos seus clientes e reflectiu sobre o seu significado. A frase "Prefiro ser a cabeça de uma formiga do que a cauda de um elefante" de uma cliente remetia a uma linguagem muito próxima à simbólica e revelava problemas de falta de direcção e necessidade de voltar a recuperar as capacidades de liderança perdidas. "Eu sou uma árvore pequena. Quero ser ser uma árvore cheia de confiança" indicava a vontade de ter recursos para liderar (uma das perguntas que a coach poderia fazer depois era "Quão grande és tu agora?", sincronizada com as palavras-chave da coachee). A importância de ter objectivos e superar crenças limitativas era expressa na metáfora "Prefiro ver horizontes do que estar focada nas paredes". Todas estas metáforas são particularmente interessantes e imaginativas, que revelam muito do estado de espírito e mente dos seus criadores. 
Os objectivos principais de uma metáfora são: permitir o acesso aos recursos inconscientes, clarificar temas, neutralizar pensamentos e crenças limitativas, fortificar a fantasia, criatividade e apelar ao prazer. 
É missão do coach ouvir atentamente o cliente, retirar informações sobre o mundo concreto, construir uma relação de rapport (técnica usada para criar uma relação de sintonia e empatia com outra pessoa) e fazê-lo aceder à sua mente inconsciente. Ter uma boa dose de humor, ser capaz de contornar os obstáculos e fazer crer ao coachee que as coisas vão ficar mais fáceis são também atributos essenciais de uma coach que trabalha com metáforas. 
Como já vimos, para além das metáforas verbais há metáforas não verbais e artísticas. As metáforas não verbais, como as restantes, desembocam num único caminho: começar a ver dentro de si mesmo.


No caso da falta de recursos é missão da coach fazer crer ao cliente que está no controlo, mudar o seu GPS interior e estado mental.



Um estado de recursos é necessário para atingir metas e sonhos, é sentir que agarramos o mundo com as mãos, que estamos ligadas aos objectos, que removemos os bloqueios. É pensar "Eu consigo" e mudar a nossa linguagem e forma de pensar de forma positiva. É identificar o que é importante no caminho para o sucesso: um sentido de auto-melhoramento contínuo.


A paixão, em inglês passion, pode ser a junção de pass e on (passa-a) e realmente é preciso transmitir-mos uns aos outros o que nos move e encanta o coração.



Ter flexibilidade é também importante.



As ideias são fundamentais para avançarmos, acender a nossa lâmpada interior expressa a nossa realidade e marca o nosso auto-desenvolvimento.



"Eu não compro objectos, eles compram-me a mim" e na altura certa, Alexandra tem-os na sua mala de metáforas 3D que surge na imagem em baixo:




O boomerang representa o balanço entre dar e receber e o impacto que o belo trabalho que fazes hoje, do que fazes agora, vai ter no futuro.



O sinal que diz "próximo" aponta a necessidade de mudar crenças limitativas. Às vezes temos um inimigo interior concentrado no que não está a funcionar, com pensamentos negativos. Precisamos de ter outros pensamentos e de por vezes procurar ajuda para acedermos aos nossos recursos.



O chefe leva-nos a perguntar "O que tudo isto significa?", "O que te impede de ser o chefe na tua vida?" e "O que te impede de o atingir?". Apenas temos de ver se esse comportamento é ecológico, isto é, se respeita e preserva a congruência de um sistema como um todo.



Os diamantes são uma excelente metáfora para ajudar um cliente a centrar-se nas sua qualidades, em como são grandes, bonitos, perfeitos e merecem agarrar as oportunidades. Alexandra Lemos conta que dar os diamantes aos seus coachees costuma ser um momento emocional que lhes pede para repetirem estas palavras, para memorizá-las, de forma a impactar o seu estado de mente e alocalizar os seus recursos.




Uma medalha para os vencedores da vida, que se tentam libertar de pensamentos negativos, para terem uma expressão de valor e que pelo seu esforço merecem um prémio. Um diálogo interior depreciativo pode ter muita força, é importante sermos os nossos melhores amigos e procurar por apreciação não só exterior mas especialmente de nós mesmos.



Post it em forma de mão simboliza que todos os recursos estão nas nossas mãos, que podemos ser líderes entusiásticos das nossas vidas.




A orelha lembra-nos de como é essencial para o coach ouvir, ele é figurativamente uma orelha com pernas que tem de recordar o que ouve, neutralizar o negativismo e ajudar o coachee a conseguir uma boa forma mental. Tem de dar na mesma medida do que recebe.



O kit de emergência lembra-nos de como é preciosa a intervenção do coaching.




Metaforicamente uma caixa de pensos refere-se a curar o presente para preparar um melhor futuro e para isso o primeiro passo é a escuta activa por parte da coach.


A questão da chave diz respeito a como dirigimos as nossas energias no sentido da nossa meta, ao nosso foco e o que é verdadeiramente essencial para nós.



O botão de acender e desligar simboliza a transição de um estado para o outro e desafiar ideias que nos condicionam.


As algemas representam quando não sabemos expressar uma situação. Devemos perguntar "O que queremos em vez dela?" e ter a liberdade de trazer essa realidade para a segurança de uma sessão de coaching.





O caixote do lixo para deitar fora as expectativas em relação aos outros tem grande impacto no treino de coaching.




A árvore com as suas raízes, tronco, ramos, folhas e frutos faz a ponte entre as experiências passadas e as recentes. Assim como as folhas de Outono que caiem e se renovam, podemos fazer novos esforços, aquirir novos valores e treinar para melhorar o nosso desempenho.





A metáfora do elefante é muito importante. Os elefantes são domesticados na Índia porque quando são pequenos lhes põem correntes nos pés e quando são maiores e podem libertar-se dessas correntes, não sabem que já é possível e continuam prisioneiros. É importante romper com crenças limitantes, consciencializar-se dos recursos que possui e empoderar-se.




Usar de humor enquanto se muda de padrões de linguagem é divertido e muito instrutivo. Em vez de responder com mas" a uma sugestão do coach, é aconselhável dizer "É difícil e vou conseguir", usar a partícula de adição "e" para reforçar uma crença positiva.



O jogo interior, à semelhança de uma bola de ténis, é o que está nas nossas mãos fazer.



As máscaras reportam a quem somos realmente, a quando escondemos o que queremos ser, àquilo de que nos queremos livrar e o que sonhamos alcançar.



A lupa dispensa apresentações, é o que procuramos.



O método de feeback da sandwich é constituído por três camadas: a primeira fornece a base dos comportamentos positivos observados, a segunda quais os aspectos que precisam ser melhorados e a terceira termina com palavras de empoderamento para dar uma visão positiva e aumentar a motivação para próximas performances.


A claquete faz-nos lembrar que somos os realizadores da nossa própria vida e tomos merecemos um segundo take.


A poção mágica de coaching, que tal como agulha toca a pele nos permite acreditar que podemos tocar o céu.




Os mecanismos do cérebro são três: luta, fuga e paralisia (os três F's em inglês- fight, flight e freeze).


Por último, pode-se usar letras ou sinais nas paredes para passar imagens súbtis.



Pode-se igualmente usar metáforas artísticas para transmitir uma mensagem e servir a si mesmo e à Humanidade. Dançar, encarnar personagens, fazer as pessoas pensarem por si mesmas e sorrirem, chegando a um estado de abundância de recursos é de grande valor.
Em baixo se mostra um road map concebido por uma equipa de coaching (todas as imagens que ilustram esta entrada foram mostradas no Power Point do webinário e gentilmente cedidas por Alexandra Lemos).



Portanto, as metáforas no coaching servem para ir para além do óbvio, expressar um estilo pessoal e usar objectos para veicular pensamentos e esculpir ideias. O coaching enquanto missão é passar a palavra para que todos possam obter inspiração e viver as suas melhores vidas.

Alexandra Lemos

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