Sejamos todos feministas


Em tom de brincadeira, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora das aclamadas obras "Hibisco branco", "Meio sol amarelo" e "Americanah", abre este livro, baseado na sua popular conferência do Tedx, definindo-se como uma feminista feliz africana que não odeia os homens e que gosta de usar batom e salto para si mesma e não para os homens.
Chimamanda lamenta a discriminação a todos os níveis de que as mulheres são alvo, o que para ela é uma injustiça e lhe causa raiva. A escritora afirma haverem poucas mulheres em cargos de topo e fala sobre o medo delas de discordarem e marcarem uma posição contestatária; uma vez que foram criadas para agradar aos homens.
Quando se fala de masculinidade, segundo Adichie a definição é estreita e abafa a humanidade existente nos meninos, votando-os a uma "jaula pequena e resistente": Estes têm de esconder quem realmente são, têm medo de serem percepcionados como fracos ou vulneráveis; querem desesperadamente ser vistos como homens duros.
As mulheres são ensinadas a encolher-se, a diminuir-se para não emascular os homens. Têm de nivelar as suas ambições para não ameaçar o domínio masculino e o seu principal objectivo de vida deve ser casar e ter filhos. Enquanto seres sociais, internalizamos desde cedo estas ideias, aprendemos a aceitar comportamentos selvagens e sem auto-controlo dos seres do sexo masculino e a ter vergonha da nossa condição feminina. 
Ensinam-nos a competir com outras mulheres, não na carreira (o que no entender de Adichie poderia ser algo bom) mas pela atenção masculina e que não podemos ser seres sexuais da mesma maneira que os homens são. Somos oprimidas e alimentadas a inseguranças desde tenra idade. 
Os papeis de género alicerçados na tradição, em que por exemplo a mulher faz todas as tarefas domésticas incluindo limpar a casa e cozinhar têm de ser repensados. "A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos de mudar a nossa cultura" escreve Chimamanda Ngozi Adichie. Temos de sentir liberdade suficiente para ser quem somos, para seguirmos os nossos desejos e sentirmo-nos confortáveis na nossa própria pele; sendo verdadeiras connosco mesmas. 
Feminista não é uma pessoa que odeia os homens ou usar soutiens, é tão simplesmente alguém que acredita na igualdade social, política e económica entre os sexos. Os homens podem ser feministas e devem sê-lo, de modo a representarem condignamente todas as mulheres. 
Existem problemas de género na nossa sociedade, de que não devemos fugir mas enfrentar para, como conclui Chimamanda Ngozi Adichie podermos tornar-nos pessoas melhores.

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