A personalidade humana segundo Carl Jung

O notável psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) é considerado a par com Freud o pai fundador da psicologia analítica moderna. Cunhou os conceitos de consciência colectiva e personalidade introvertida versus extrovertida. Sobre a natureza humana escreveu a citação memorável "Até onde conseguimos discernir o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão da mera existência".
Numa rara entrevista ao programa da BBC Face to face a 20 de Outubro de 1959 Jung, com 84 anos e ainda em actividade fala sobre educação, religião, consciência, natureza humana e as suas diferenças temperamentais em relação a Freud. Jung considera que a noção de uma personalidade fixa é um mito "O tipo psicológico não é estático, muda ao longo da vida" e defende que a Psicologia é a ferramenta mais potente para compreender a natureza humana e salvar a Humanidade de si mesma "Precisamos de maior entendimento acerca da natureza humana porque o único perigo que existe é o próprio Homem- ele é o grande perigo e nós estamos lamentavelmente inconscientes disso. Não sabemos nada sobre o Homem- muito pouco".
O entrevistador questiona se, à medida que o mundo se torna mais tecnicamente eficiente, é o possível que o maior desenvolvimento do Homem seja submergir a sua própria individualidade num tipo de consciência colectiva ao que o psiquiatra responde "Isso é muito difícil. Acho que vai haver uma reacção- uma reacção vai ser desencadeada contra esta dissociação comum. O Homem não suporta para sempre a sua nulificação (...) Quando eu penso nos meus pacientes, todos eles procuram a sua própria existência e assegurar essa existência contra a completa atomização no nada e no insignificante. O Homem não consegue suportar uma vida sem significado."


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