Um amor de conto de fadas

Em determinada altura da vida todas já sonhávamos que vivíamos um amor eterno, digno dos melhores contos de fadas, em que o nosso príncipe tinha chegado num cavalo branco para nos salvar dos nossos dias negros e transformar a nossa vida em felicidade perfeita. É desanimador olhar à nossa volta e ver tão poucas histórias de amor que tenham sido bem-sucedidas à passagem do tempo, num mundo em que impera a falsidade, o comodismo e em que se desiste facilmente de tudo que dê demasiado trabalho. Na visão de alguns, se todas as pessoas que namoram tivessem de estar apaixonadas, não haveria metade dos casais que existem hoje.
No amor de contos de fadas apesar de todo o cenário idílico em que cavalgam juntos no pôr-do-sol, também há um elemento que tem sido marcadamente associado ao feminino: a passividade. A donzela espera sempre ser encontrada, que um beijo de amor a resgate à vida. Talvez por isso façam sucesso histórias atípicas em que as mulheres vão à luta, pegam em armas e não ficam fechadas dentro do seu castelo, alheias ao mundo exterior. A perfeição da beleza entra em segundo plano em histórias como “A Bela e o Monstro” em que se é capaz de ultrapassar formas físicas disformes e amar de qualquer dos modos porque se vê o coração da outra pessoa.
Como em todas as coisas da vida qualidade importa mais do que quantidade. Não precisamos de ter muitas histórias de amor, apenas um número suficiente que nos permite beber desse exemplo, recolher inspiração e quando o tempo certo chegar, tentar construir uma história igualmente bem-sucedida. Sim, porque o amor advém tanto do encanto inicial como da construção posterior, tem de ser trabalhado como a mais bela escultura porque um amor verdadeiro não abunda e é merecedor de todos os esforços.

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