Reformas no ensino na Finlândia

A Finlândia vai alterar o seu sistema de ensino e quase tudo ao contrário do que Portugal já fez. Os estudantes vão participar na concepção dos currículos e os módulos vão ser multidisciplinares. O objectivo é despertar a motivação dos alunos, fazê-los escolher os temas sobre os quais querem aprender e prepará-los para um mundo que muda a cada dia que passa. Propõe-se um modelo de co-habitação e não de exclusão nesta reforma educativa que visa modernizar, implementando formas de trabalho em sala de aula que vão para além do que é exigido internamente a cada disciplina. Aposta-se num conjunto de tópicos com saberes de diferentes disciplinas a serem trabalhados transversalmente.
Esta medida no sistema escolar finlandês, considerado um dos melhores do mundo, contrasta com o adoptado em Portugal em que há cada vez o ensino é mais espartilhado, posto em comportamentos estanques e os programas lectivos são cada vez mais densos. A definição de metas escolares também pode contribuir para que o ensino português se transforme numa lista de objectivos a cumprir, tal e qual itens numa agenda, sem ter tempo para reflectir devidamente sobre os conteúdos leccionados e o seu significado para a vida dos alunos. Temos como exemplo os objectivos requeridos para Português do 1º ciclo em que é exigido que os alunos consigam ler pelo menos 90 palavras por minuto. 
Assim, enquanto a abordagem da Finlândia se revela mais integrada e flexível, o sistema português destaca-se pela sua rigidez e extensão dos programas a cumprir. 
Com esta nova reforma, temas como o aquecimento global vão ser abordados em várias cadeiras do sistema escolar finlandês como Matemática, Física e História, com a preocupação do conhecimento ter uma aplicação prática. As escolas terão de criar um módulo anualmente, de uma a quatro semanas, que seja considerado relevante pelos alunos que estudarão as melhores maneiras de alcançar as metas estabelecidas no currículo, os objectivos e tópicos a leccionar e sua organização.
Os alunos têm desta forma um papel mais activo nas escolas, trilhando o seu caminho em conjunto com os professores e aprendendo a auto-avaliar-se. Para além das disciplinas obrigatórias como a Língua Materna, Literatura, Matemática, Estudos Ambientais, Biologia, Física e Química os alunos participarão também nos currículos locais, ou seja, na oferta específica das diferentes escolas para dar resposta às necessidades da área. 
É preciso entender as escolas como comunidades de aprendizagem, fomentar a autonomia do aluno na avaliação do percurso da sua aprendizagem e a ideia de aprender a aprender. Estas competências para adquirir conhecimentos devem ser desenvolvidas sistematicamente, no panorama escolar e profissional.
A velocidade com que o mundo ao redor da escola está a mudar gera novos desafios educativos. A escola tem de ser um local onde vale a pena aprender um modo de vida sustentável, como reagir a uma realidade globalizada e em metamorfose e de que forma ela está a afectar as crianças e jovens e o trabalho escolar. É urgente garantir um bom desempenho dos alunos através da fomentação da motivação e da alegria de aprender.

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