"Comunidade Internacional falhou ao não proteger os mais fracos"

No passado dia 24 de Julho Jorge Sampaio foi agraciado com o Prémio Nelson Mandela atribuído pela primeira vez pela Organização das Nações Unidas para distinguir “personalidades que dedicam as suas vidas ao serviço da humanidade”.
O antigo presidente português foi descrito como grande defensor da democracia enquanto activista político em estudante e já depois do 25 de Abril na qualidade de político. Foi descrito como alguém que trabalhou para uma imagem de Portugal moderna apoiando a integração europeia e supervisionando a entrega de Macau à China.
Depois do fim do seu mandato em 2012, Sampaio foi enviado especial da ONU na luta contra a tuberculose. Nos últimos anos trabalhou numa campanha para conceder fundos de emergência a estudantes sírios para que possam prosseguir os seus estudos depois da guerra neste país. 
No seu discurso de agradecimento na sede da ONU em Nova Iorque Jorge Sampaio alertou para novas formas subtis de autoritarismo em sociedades em que a mudança parece bloqueada, para o conflito israelo-palestiniano e o elevado número de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza. Jorge Sampaio falou desassombradamente dos tempos difíceis e negros em que vivemos, o descontentamento e descrédito sobre a política e a democracia a pairar sobre muitos países desenvolvidos, especialmente na Europa
O ex-Presidente falou ainda dos casos de tortura, violações e brutalidades imensas nos campos de refugiados sem esquecer a proliferação do terrorismo “que mata a qualquer lado e a qualquer hora além de qualquer limite de brutalidade ou grupo que esteja imune e que possamos nomear”.
Sampaio pediu mais diálogo, eficácia e que se traga a ciência, a economia, a sociedade e o progresso para dentro dos nossos quotidianos e afirmou que a comunidade internacional tem falhado em proteger os mais fracos. “A situação não precisa ser assim. Como Mandela nos lembrou ‘a maior glória em viver reside não em nunca cair mas em levantarmo-nos de cada vez que caímos. É nosso dever colectivo ser firmes e fornecer um escudo para os indefesos. Temos de levantar a voz pelos direitos humanos e por todos aqueles que estão a sofrer nas zonas de guerra, aqueles que estão em risco, em situações vulneráveis. Não existe outra hipótese além de ter as Nações Unidas a liderar o caminho” rematou Jorge Sampaio.


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