Ode ao meu computador portátil





Corria o mês de Dezembro de 2007 e tinha eu uns imberbes 20 anos. No meu curso a disciplina de Jornalismo Radiofónico deixava-me dependente do computador da escola para agrupar os registos magnéticos (RM's). Foi então que por altura do Natal recebi como presente o meu computador portátil dado pelo meu pai. Cedo se tornou, mais do que uma ferramenta útil para concluir a licenciatura, um espaço de lazer, de cultura, de entretenimento. Sete anos volvidos continua a ser o centro do meu mundo, simultaneamente prazer e vício. Já não me consigo imaginar a viver sem a tecnologia informática, é como se tivesse sido implantada no meu ADN.
Vejo o meu computador como o namorado que não tenho, o relacionamento mais duradouro da minha vida. São impressionantes as memórias que acumulei ao longo dos anos: por exemplo quando a luz do ecrã se fundiu ou quando apanhou o vírus do teclado que exigiu que a máquina fosse formatada e eu perdesse tudo o que lá tinha guardado uma vez que o guardei num disco rígido que também avariou. Recordo o peso nos braços quando vinha do jornal, a sua dimensão e tamanho. Agora que está na terceira idade e tem fissuras de meter respeito, partido em muitos sítios, respeito cada vez mais o lugar que tem para mim. Sei que num dia não muito longínquo será o tempo das despedidas mas por enquanto usufro do meu Toshiba, da sua história. Todos devemos estimar o que nos pertence, seja pessoas ou objectos porque nunca sabemos quando nos vão deixar. Se o fizermos seremos pessoas mais conscientes e acima de tudo, pessoas melhores.


Comentários

  1. LOOL exactamente! As minhas relações com computadores, portateis e um fixo são, sem dúvida, as mais duradouras; algo que me diz que são também as que têm mais retorno, a tecnologia está sempre lá para nós e muitas vezes recorri e recorro a estas para me alienar do mundo e de tudo o que há de errado nele :p Não vinha aqui há algum tempo, estou a por a leitura em dia!

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