O feitiço de Coimbra


Estudar em Coimbra, apesar do clima de incerteza e desencorajamento que se vive no país nos dias de hoje, é ainda um privilégio e uma satisfação profunda para a alma.
Afinal frequentamos, a par de Lisboa, a universidade mais antiga do país fundada pelo rei D. Dinis em 1288, que alberga o único teatro universitário do país, o teatro académico Gil Vicente e a associação académica de Coimbra, a mais antiga de Portugal cuja data de fundação remonta a 3 de Novembro de 1887. Um dos filmes do cinema português com mais sucesso “Capas negras” (1947) com Amália Rodrigues foi rodado em Coimbra.
O selo da UNESCO de Património da Humanidade atribuído à zona da Alta, da Sofia e da Universidade em Junho de 2013 foi uma conquista marcante, que certifica a sua qualidade e estatuto de excepção. No entanto, a excelência não pode parar seja nas artes, na ciência, nas humanidades e na recuperação imobiliária. Esta terá de ser uma construção conjunta, em espírito de união e partilha.
As faculdades procuram fazer um cruzamento entre o seu passado histórico e o que podem trazer de inovação, de brilhantismo e mais-valia à cidade de Coimbra. Mas falta ainda muito para consignar a esta cidade tudo aquilo que merece. Esta é a cidade que tem a maior percentagem de médicos por habitante mas no entanto cai vários lugares quando de difusão cultural.
Neste ano lectivo 2013/2014 Coimbra foi já palco de inúmeros espetáculos, peças de teatro, festivais de tunas, uma sessão do Tedx, entre outras iniciativas que exprimem a variedade de programas disponíveis ao público.
Coimbra é mais que estatuto, juventude e conhecimento. É mais do que o romantismo exacerbado da Quinta das Lágrimas, a fé do Memorial da Irmã Lúcia e o rigor profissional dos seus hospitais. É uma cidade banhada pelo rio Mondego e por noites perfeitas de luar, divertimento e melodia.
É preciso viver em pleno Coimbra e fazermos mais por esta cidade que tanto nos dá sem pedir nada em troca. Nela muitos jovens encontraram-se a si próprios, formando-se não só no que ao diploma diz respeito mas em mentalidade e identidade, o que em última instância os tornou seres humanos melhores. Coimbra é mais que o esforço de estudar até queimar pestanas com candeias a óleo, mais do que a folia das repúblicas de estudantes, que a beleza das suas paisagens, que as serenatas doces e a alegria da queima das fitas. É uma magia que se conhece e nunca se dissipa que nos faz querer fazer mais e dizer com orgulho emocionado que somos e sempre seremos aprendizes da vida e estudantes de Coimbra.





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