"Método, amor & fortuna"


Filme: "Um método perigoso" (2011)_ Este filme de David Cronenberg, baseado na peça de teatro “A cura pela fala” remete-nos para um período histório antes da primeira guerra mundial e descreve a relação entre Sigmund Freud, fundador da Psicanálise e Carl Jung, introdutor da psicologia analítica. Um terceiro elemento vai adicionar fricção entre os dois mestres, Sabrina Spielrein, uma paciente russa de Jung que é internada no meio de uma grave crise de historia. Na película vamos conhecer o adensar de tensões entre Freud e Jung, devido às suas diferenças conceptuais e ideológicas, o que levará a uma ruptura completa da amizade entre os dois. Para tal, também contribuirá a relação extra-conjugal de Jung com Sabrina, desafiando a ética médica e as fronteiras entre médico e paciente. Esta viria a tornar-se mais tarde médica e uma das primeiras mulheres psicanalistas, profundamente influenciada pelo método que permitiu o seu tratamento e reintegração plena na sociedade.



Livro: “Amor de perdição” (1862)_ Clássico da literatura portuguesa, a obra-prima de Camilo Castelo Branco insere-se na segunda vaga do romantismo, em que o amor é vivido até às últimas consequências, é indomável e potencialmente fatal. Conta-nos a história do amor entre Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, vizinhos em Viseu, tornado impossível pelo ódio entre as respectivas famílias, precipando os dois para um final trágico. Desde a publicação que o romance trouxe muita popularidade ao autor tendo a sua intensidade passional sido inspirada parcialmente em “Romeu e Julieta” de Shakespeare e nos vida amorosa turbulenta do próprio autor. O resultado é uma obra ímpar, que nos faz partilhar inteiramente da alegria e sofrimento das personagens.




Música: Chris Brown “Fortune” (2012)_ Depois do regresso bem sucedido com “F.A.M.E”, o quinto album de estúdio de Chris Brown, “Fortune”, mistura sonoridades distintas: r&b, hip hop, pop, dubstep com sons mais crus e experimentais. Temas como amor, fama, sexualidade, poder financeiro, instropecção, e divertimento juvenil são o prato central neste eclético registo. De entre as canções mais bem conseguidas contam-se  “Sweet love”, “Mirage”, “Don’t wake me up”, “Stuck on stupid” e “Don’t judge me” (que muitos especulam ser sobre o chocante episódio violência doméstica envolvendo Rihanna, sua namorada na altura). Possíveis inconsistências sonoras e insipidez lírica são compensadas pela voz possante do cantor, a que se junta um talento inegável para a dança e para o aspecto visual do projecto. O passo acima na escada musical é assinalado pelo fato escuro da capa num fundo de cor brilhante, pelo uso de elementos futuristas e escrita em hieroglíficos. O conjunto de todos estes dados aponta para uma maior maturidade numa carreira musical promissora e florescente.

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