O massacre de Katyn





Em Setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polónia, naquele que seria um evento determinante para o despoletar da II Guerra Mundial. No mês anterior, o governo alemão assinara com o executivo de Estaline um acordo de não-agressão com um protocolo secreto, o pacto Molotov, que previa a partilha da Polónia. A 17 de Setembro, a União Soviética referiu que o controlo do território não estava mais nas mãos polacas e rejeitou qualquer acordo diplomático com o país. Forças russas ocuparam o leste do país duas semanas depois, sem encontrar grande resistência. Começaram a levar a cabo milhares de detenções de militares polacos, que culminariam num dos fuzilamentos mais chocantes do século XX.
O massacre de Katyn foi assim uma execução em massa de cidadãos da Polónia na Primavera de 1940, ordenada pela União Soviética. Calcula-se que 22 mil pessoas tenham perdido a vida, também em locais como Kralinine e Kharkov.
Uma grande parte das vítimas foi assassinada numa floresta nos arredores da vida de Katyn e consistiam em prisioneiros na sequência da anterior invasão da Polónia, oficiais, intelectuais, advogados, proprietários rurais, etc. As pessoas eram detidas sob a acusação de espionagem ou de serem contra-revolucionários; isto é contra o comunismo soviético de Estaline. Foi instituída nessa altura a NKVD (Comissariado do povo para assuntos internos), um organismo policial e de segurança, que organizou uma rede de campos de trabalho e transporte ferroviário de prisioneiros polacos para o oeste da União Soviética.
Entretanto o pacto entre alemães e russos foi remetido ao esquecimento e em 1943 a Alemanha invade a União Soviética e começam a descobrir as primeiras valas comuns soviéticas com os ossários das vítimas.
Durante décadas, a União Soviética negou ter ordenado o massacre e imputou à sua responsabilidade à Alemanha, facto revogado completamente com a abertura de documentos secretos soviéticos, em Abril de 2010, onde se comprova a responsabilidade do regime estalinista pelo massacre. Foi também neste mês que o presidente da Polónia, Lech Kaczynkski faleceu num trágico acidente de aviação quando viaja para  Katyn. Iria marcar presença nas cerimónias que assinalavam os 70 anos do massacre.
A Rússia classificou este episódio sangrento como crime militar e não instaurou qualquer processo judicial a título póstumo. Desde 2006 que a Polónia aguarda que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos reconheça os acontecimentos de Katyn como crime contra a Humanidade.





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