A Lei de Murphy

Há dias em que tudo parece correr mal, em que não conseguimos ter concentração ou sorte para fazer algo condigno, em que sentimos que o melhor era nem sequer nos termos levantado da cama. É como se tivéssemos um alvo nas costas e o coração nas mãos para que o mundo inteiro possa ver e espezinhar até nada de positivo restar nos nossos recônditos.
Quando só vemos um cenário negro à nossa volta, é quando a Lei de Murphy, um adágio cultural particularmente pessimista, nos atinge em cheio. Esta forma de pensar defende que se algo pode dar errado, de certeza que vai dar. As coisas vão sempre correr da pior maneira possível, na altura menos indicada e de forma a criar o maior número de danos para a pessoa afectada.
Esta teoria tem o nome do seu criador, o engenheiro aeroespacial Edward Murphy, que estava a tentar realizar um teste de tolerância à gravidade por seres humanos quando houve uma falha nos sensores que o deviam registar. Tinham sido mal instalados pelo técnico responsável. Desanimado por este erro, Murphy formulou os princípios da sua Lei, defendendo que quando confrontados com várias escolhas possíveis, os seres humanos fazem sempre a pior opção. Mais tarde, a Lei de Murphy teve reconhecimento e foi aplicada em testes de risco, já que ao pressupor a eminência de uma catástrofe, os técnicos reforçavam mais as medidas de segurança e defesa.
A Lei de Murhpy está presente em momentos de infortúnio no quotidiano: a torrada que cai com a manteiga para baixo, o carro que não pega quando mais precisamos dele; em suma nos dias ou semanas em que os piores acontecimentos que julgávamos possíveis se sucedem em catadupa. Este pensamento alicerça-se então no azar, na incapacidade face às circunstâncias (determinismo) e nalguma baixa auto-estima, já que reside na crença enraizada de que o sujeito não consegue fazer nada bem e na altura certa.
Todavia, por mais que estas teorias nos pareçam verídicas num determinado momento da nossa vida, temos de ter em conta que os factos que compõem a rotina diária são transitórios e como diria Lavoisier, nada se perde, tudo se transforma. Pode haver bem que nunca dure mas certamente que não há mal que nunca acabe.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

O talento de Mira

A história de Marla

As cicatrizes das famosas