Nas malhas do bullying

Um dos temas mais polémicos e em foco na actualidade é o bullying, as agressões físicas e verbais praticadas um pouco por toda a parte, especialmente nas escolas. Num mundo em que se discute como nunca o o casamento e adopção homosexuais e os padrões de beleza e estéticos impostos pela sociedade, é natural que assim seja. Afinal de contas, as vítimas de bullying têm características em comuns com todas as minorias: são excluídos, humilhados e ridicularizados. 
Há desigualdade de poder entre o agressor que passa uma imagem de força e segurança e a vítima que é subjugada e punida muitas vezes por ser apenas diferente nalgum aspecto. As suas fraquezas são exploradas e exacerbadas, quer seja inferioridade física ou o que é retrato pelo malfeitor como inferioridade comportamental. É muito comum ver rapazes serem marginalizados pelo o que é entendido como "características efeminadas", algo considerado inaceitável para quem se julga um modelo a seguir e refuta tudo o que lhe parece fugir à normalidade.
O bullying é uma forma de discriminação, uma vocalização de ódio, um instrumento de domínio angustiante, de opressão sufocante. A vítima sente-se encurralada, com vergonha de si própria, presa na sua dor e medo. Os danos que o bullying causa para a auto-estima do indíviduo são muitas vezes duradouros e requerem um imenso trabalho de construção de personalidade e de auto-análise para que estes traumas sejam resolvidos. Em particular, se ocorrem durante a infância, é essencial dissecar esse passado para que a pessoa tenha uma vida adulta saudável, livre de dependências e sentimentos negativos.
Quando nos transformamos em vítimas numa situação descontrolada, não podemos ficar em silêncio, por mais que sejamos intimidados ou ameaçados. Os agressores têm de ser sempre denunciados a entidades superiores, quer sejam os pais, directores de um estabelecimento de ensino ou mesmo às autoridades. Não denunciar um crime é contribuir para que este se perpetue como um ciclo interminável de injustiça e sofrimento. 
Não há que responder a violência com mais violência quando tal é evitável mas é imprescindível dar os sinais de alerta para que o problema tenha um fim. Outra das soluções passa para medidas mais punitivas para agressores, incluindo os menores de idade, para que sejam desencorajados a pensar que são imunes à repreensão e castigo correspondente. 
Um mundo melhor implica que cessem comportamentos de risco e incorrectos e uma tendência generalizada para a ética, o diálogo e pacificação.

Imagem retirada de http://girlhookedonbooks.blogspot.com/2010/10/bullying.html

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