Antisemitismo: O Caso Dreyfus

Desde tempo imemoriais que os judeus têm sido vítimas de práticas de rejeição, ódio, ostracismo preconceito e humilhação, que se designam de anti-semitismo. O Holocausto foi apenas o expoente de um comportamento que existiu e infelizmente continua nos dias de hoje. 
O caso Dreyfus é um dos seus exemplos mais conhecidos. Consistiu na condenação de um oficial de artilharia do exército francês, Alfred Dreyfus, por alta traição.
Este escândalo político foi largamente difundido nos meios de comunicação social e mobilizava opiniões divergentes. O oficial judeu foi julgado em 1894 com bases em documentos falsos, num modo óbvio de ser incriminado e afastado das funções que desempenhava. 
O erro judicial foi entretanto descoberto por oficiais de alta patente franceses mas a inocência de Dreyfus nunca foi amplamente exposta, devido a uma postura anti-semitíca e nacionalista na Europa do virar de século.
Uma carta que evidenciava traição por parte de um militar francês e auxílio ao exército alemão foi encontrado por uma empregada de limpeza, que a entregou a serviços secretos nacionais. A partir desse documento, começaram a realizar-se as buscas do ofical que faria espionagem para a força inimiga. Alfred Dreyfus, por ser de origem judaica foi usado como bode expiatório e considerado como o principal suspeito. Foi sentenciado a prisão perpétua, na Costa da Guiana Francesa, na Ilha do Diabo (com águas cercadas de tubarões e acessibilidade muito díficil).
Em 1898, realizou-se um segundo julgamento face a provas que inocentavam Dreyfus. Contudo, a sentença anterior não foi revogada. Intelectuais de renome da época como Émile Zola, Anatole France e Theodor Herzl (jornalista na altura que iria mais tarde teorizar o conceito de sionismo) manifestaram o seu apoio a Dreyfus e protestaram contra o sistema legal francês.
Em 1906 a inocência de Dreyfus foi completamente provada, ao descobrir-se que o autor da cartas e espião para os alemães fora o major Charles- Ferdinand Walsin. Dreyfys foi integrado no exército de forma parcial. Todavia, nunca pode recuperar a carreira bem sucedida e prestigiante que tinha antes de tudo o que acontecer já que, de forma absurda e incompreensível, os cinco anos em que esteve encarcerado não foram considerados para a restituição digna da suas funções.
Demitiu-se com pensar em 1905 e nunca pediu compensação ao estado francês pela injustiça militar, danos profissionais, financeiros e psicológicos de que fora alvo. As conotações políticas e sociais deste caso não deixaram ninguém indiferente.
Tendo nascido a 9 de Outubro de 1859, Alfred Dreyfus faleceu a 12 de Julho de 1935, com 75 anos de idade.



 Alfred Dreyfus no ano da sua morte

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