Isolamento

Algumas pessoas afastam-se das outras porque pensam que ninguém as pode compreender ou porque foram magoadas por alguém em quem confiavam. Nesse caso precisam de estar em paz, sozinhas para posteriormente voltarem de novo a criar uma relação significativa com alguém. O isolamento auto-imposto não magoa muito porque é um estado necessário para curar as feridas e desse período, por vezes estranho e confuso, surge inevitavelmente algo bom.
Contudo, quando estamos sozinhos contra a nossa vontade, o dia-a-dia parece-nos infinitamente amargo, duro e vazio, como se um Grand Canyon gigante se tivesse aberto no nosso peito. Quantos há por aí a arrastarem-se com um olhar perdido pela vida, sem encontrarem nada que os motive, que lhes traga alegria ou distracção? Conseguimos reconhecer facilmente essas pessoas abandonadas pelo mundo, que talvez estejam prestes a abandonar-se a si próprias e a desistir de viver. O mais trágico de tudo é que se não lutarmos pelos nossos objectivos e sonhos, se não atravessarmos a corrente que as fases tempestuosas da existência nos trazem, nunca iremos saber o que se escondia do outro lado, se poderiamos não só ter sobrevivido à travessia como tornarmo-nos tudo aquilo que sonhámos, com o brilho daqueles que foram testados pelas calamidades e acabaram abençoados pela sorte.
A vida é uma passagem e tudo irá cessar impreterivelmente um dia. Por isso, não vamos baixar os braços antes de o combate estar terminado, há que erguer os olhos baixos e oferecer um sorriso porque quem sabe a vida não vai retribuir o afecto e sorrir-nos de volta?

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