Selvagem


Os dias são escuros, feitos de desígnios inexoráveis
O esforço pode ser igual mas os resultados variáveis
Ninguém colhe sempre aquilo que semeia
A justiça é profusamente imperfeita

O que não mata muitas vezes fortalece
Mas doí sempre, delapida e cansa
Só quem sabe adaptar-se é que cresce
Quem não fica refém da sua circunstância

O fogo deve rebater, incontrolável e selvagem
Ser um desejo eternamente insatisfeito
Que, não alimentado, sobrevive pela coragem
Como alguém com fama e sem proveito

O que não doi é sempre doce
Não necessita de justificações para existir
Como uma orquídea que a chuva trouxe
Não há que termos medo do devir

Há tanto que nunca iremos ter
Tanto que, entre as palavras, se vai perdendo
Nem tudo se pode atingir ou fazer
Mas tudo se pode descobrir, sendo 

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