Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2010

Ser a mulher perfeita

Imagem
"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um quê? Um quase tudo" Clarice Lispector Catarina Furtado, considerada por muitos uma das mulheres mais bonitas de Portugal O que é que as mulheres, nomeadamente as portuguesas, querem? Na minha modesta opinião, penso que a lista não varia muito entre as fêmeas da sociedade actual. Se os homens querem sentir-se sempre o macho alfa, como a canção bem elucidativa "Quem o gostosão daqui?" apregoa aos quatro ventos as mulheres querem ser perfeitas. Lindas, admiradas, inteligentes, valorizadas pelo trabalho, pelos amigos/família/parceiro. Querem ser consideradas como fadas do lar, profissionais de primeira, mentes brilhantes, ícones de estilo e que a sua passagem destile glamour por todos os lados. Quais as consequências de um comportamento com expectativas demasiado elevadas e auto-exigências da altura do Empire State Building? Insatisfação, frustrações, uma luta constante para ter tempo para fazer tudo

Lua

Imagem
Se eu te vir passar por mim caminhando apressado E atravessar o passeio sem sequer me olhar Não vou desejar mais estar ao teu lado Nem vou ter mais uma lágrima para chorar Estou cansada das minhas próprias lamentações Tenho de largar todo este fardo para abraçar o meu destino Há sempre amores para partir os corações Mas nem sempre há força para consertar o espírito Muitas histórias começam na rua E acabam mal a noite cai Quantas meninas perdidas pedem à lua Que lhes traga o sol que se foi cedo demais! Boa ou má, feliz ou triste Tenho uma recordação só minha para guardar Sei o que é sentir-me completamente viva Sei também o que é perder e esperar Nada me pode tirar aquilo que já tenho Nem os sonhos que as estrelas me sussurram ao ouvido Não sei aonde vou mas sei donde venho E neste mundo inquieto só preciso de estar em paz comigo

Isolamento

Imagem
Algumas pessoas afastam-se das outras porque pensam que ninguém as pode compreender ou porque foram magoadas por alguém em quem confiavam. Nesse caso precisam de estar em paz, sozinhas para posteriormente voltarem de novo a criar uma relação significativa com alguém. O isolamento auto-imposto não magoa muito porque é um estado necessário para curar as feridas e desse período, por vezes estranho e confuso, surge inevitavelmente algo bom. Contudo, quando estamos sozinhos contra a nossa vontade, o dia-a-dia parece-nos infinitamente amargo, duro e vazio, como se um Grand Canyon gigante se tivesse aberto no nosso peito. Quantos há por aí a arrastarem-se com um olhar perdido pela vida, sem encontrarem nada que os motive, que lhes traga alegria ou distracção? Conseguimos reconhecer facilmente essas pessoas abandonadas pelo mundo, que talvez estejam prestes a abandonar-se a si próprias e a desistir de viver. O mais trágico de tudo é que se não lutarmos pelos nossos objectivos e sonhos, se não

Plenitude: um mito ou um sonho possível?

Imagem
No post interior aludi a uma característica que parece ser transversal a todas as relações amorosas: confusão. Estabelecer uma intimidade profunda e harmoniosa que seja como uma ponte entre duas pessoas, fácil de cruzar e de entender, é um feito raro hoje em dia, por vários e distintos motivos. As mulheres queixam-se da escassez de boas companhias masculinas que estejam disponíveis para um compromisso, que sejam interessantes e inteligentes e que tenham todos os parafusos bem encaixados na cabeça. Para além de termos a tendência de nos apaixonarmos pelos homens errados, também queremos, muitas vezes, mergulhar de cabeça numa relação pelas razões erradas. Entre os motivos mais comuns para uma mulher procurar namorado contam-se os seguintes: . ter alguém com quem ir ao café, ao cinema, com quem passear pela cidade de mão dada e que nos espere quando chegamos a casa . ter um apoio para resolver os problemas e alguém que nos traga alguma espécie de estabilidade (ou uma ilusão

A Fuga

Imagem
O bandido decidiu fugir Roubar ao tempo uma hora A vida congelou sem a sentir Numa ansiedade que tudo devora Esqueceu os amigos e as luzes Perdeu-se na mais profunda escuridão Coleccionou todas as cores e perfumes Tentou ascender aos céus mas foi em vão O pêndulo do relógio ficou estagnado, Alheio à sua própria existência, O futuro fundiu-se com o passado, Mentes desmembradas e sem consciência, Fiquei sem sentido nem direcção, Sem nenhum lugar para me abrigar, O silêncio jaz no meu coração, Sem amor nem sonhos para sonhar O céu desvanecido já não brilha agora O mundo à minha volta não avança, Somente a utopia me conduz pela estrada fora E uma réstia de sentimento; talvez esperança. Wassily Kandinsky, Fuga (1914), óleo sobre tela