A social life



"A social life" é uma curta metragem de Kerith Lemon que retrata uma jovem viciada nas redes sociais, que nos coloca uma questão que é hoje mais pertinente do que nunca "Estaremos a viver a vida que postamos?". 
A curta metragem conta-nos a história de Meredith (Rosalind Ross), uma mulher focada no trabalho que tenta manter o seu mural nas redes sociais activo, com conteúdos interessantes e cheios de vivacidade. O único problema é que a imagem que Meredith constroi meticulosamente não corresponde de todo à verdade. Estas acções incluem tirar fotos às sapatilhas para indicar que vai sair para fazer exercício quando vai continuar em casa, simular noitadas com amigos ao tirar fotos a copos cheios quando está a beber sozinha e estendem-se até a simular um encontro romântico quando (ao que tudo indica) Meredith não tem qualquer vida amorosa.
"A social life" faz-nos reflectir sobre o que é ser social, o que é esta imagem digital que criamos com fotos cuidadosamente manipuladas para mostrar algo que acaba por ser uma marca e não a vida real de um ser humano. Mais grave ainda, são as consequências psicológicas de nos compararmos as outras pessoas e ficarmos frustradas e até deprimidas por não termos uma vida perfeita.
Esta curta metragem de cerca de oito minutos e meio pode servir como murro de estômago e um abrir de olhos para pensarmos seriamente que valores estamos a transmitir enquanto sociedade, alertando para a utilização exagerada do telemóvel e das redes sociais e para a necessidade de desligar por vezes e estar com pessoas de carne e osso.
Afinal de contas, não somos máquinas e por vezes as imagens não valem mais que mil palavras. É perigoso se as novas gerações acreditarem que a aparência é o seu único valor intrínseco e pode colocar uma pressão esmagadora sobre até os instantes mais banais do seu dia-a-dia.
É preciso viver com liberdade e alegria sem pensar, de forma calculista,se aquele momento daria uma foto para abrilhantar o nosso dia numa rede social. Tal como é necessário dar sem esperar o retorno, é preciso querer ser feliz apenas pela experiência maravilhosa de o ser.





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