A história de Marla

Marla Hanson nasceu a 18 de Junho de 1961 em Independence, Missouri. Terminou o ensino secundário em Odessa, MO e frequentou a universidade em Dallas, Texas. Depois vender propriedades e seguros entre outros empregos, uma promoção laboral trouxe-a à cidade de Nova Iorque. Um trabalho em part-time como modelo eventualmente tornou-se uma carreira a tempo inteiro nos anos de 1980. Com apenas 24 anos Marla estava a viver o sonho apenas um ano depois de se ter mudado para Nova Iorque: posou para a Glamour e J. C Penney Company, fazia audições para pequenas partes em filmes e chegou a facturar 2.500 num dia como modelo de lingerie. De facto, em menos de um mês na agência Petite Model Management Marla, com os seus traços delicados e beleza invejável, estava a conseguir trabalhos. No entanto, ainda se preocupava em conseguir dinheiro suficiente para pagar a renda e quando lhe falaram de um apartamento barato do senhorio Steve Roth, Hanson ficou interessada. Roth começou a falar frequentemente de sexo e fazia visitas frequentes a Marla, algumas das quais sem tocar à porta primeiro. Nos finais de Maio, a modelo em ascensão encontrou-se com ele para lhe dizer que ia sair da casa.Com problemas quanto à devolução da caução que Roth não queria restituir a Marla, este aceita devolver-lhe o dinheiro na noite de 5 de Junho de 1986. 

Vendo os seus avanços sexuais rejeitados, Steve Roth contratou dois amigos, Steve Browman e Darren Norman para atacar Marla. Roth assistiu impávido enquanto os dois homens cortavam a sua cara com uma lâmina, resultando em três feridas que requereram cirurgia e cerca de cem pontos para fechar, deixando cicatrizes permanentes. Três horas de cirurgia se seguiram em que o cirurgião plástico Ronald Levandusky tentou reparar os danos na pele desfigurada de Marla, que devido à profundidade dos cortes tinha perdido 20% do sangue. Os músculos que controlam o sorriso tinham sido cortados e o nariz também ficou ferido. 

Roth e os dois atacantes foram julgados em separado pelo juíz Jeffrey Atlas. Steve Roth seria considerado culpado de ataque em primeiro grau por ter orquestrado toda a operação. Em lágrimas Marla testemunhou “Recebi um corte na minha cara, até à sobrancelha”.No julgamento de Browman e Norman uns meses depois, Marla foi sujeita a um contra-interrogatório controverso pelo advogado Alton H. Maddox, em que em que o seu carácter foi posto em causa, ouviu insultos pessoais e foi acusada de racismo por identificar aqueles dois atacantes, que eram ambos negros, como seus atacantes. Mais tarde estes foram considerados culpados. Roth, Browman e Norman foram sentenciados a 5 a 15 anos de pena máxima de prisão. Mais tarde soube-se que Roth tinha alegadamente problemas psiquiátricos, Brownan era viciado em cocaína e Norman estava em regime probatório por roubo. 

Hanson e o seu advogado criticaram o sistema de justiça criminal por permitir que ela fosse humilhada enquanto estava a testemunhar. Desde então Marla Hanson tem defendido uma reforma na maneira como as vítimas de crimes são tratadas em tribunais. 

Foi realizado um filme televisivo sobre o ataque a Marla intitulado “The Marla Hanson Story” (1991), em que esta foi encarnada pela actriz Cheryl Pollak. 

Forte e ambiciosa desde pequena, Marla Hanson cedo ganhou a reputação de não deixar nada desviá-la do seu caminho e não se contentar senão o melhor. “Se ela queria algo geralmente alcançava-lo quer fosse ser líder de claque ou presidente da classe” disse o irmão Alan Hanson, instalador de tv satélite. Os pais divorciaram-se quando era pequena e segundo Marla, foi sexualmente abusada em criança. Ficou sob custódia do pai, onde o ambiente era considerado mais saudável. Na adolescência é descrita como tendo sido rebelde, divertida e trabalhadora. 

Marla não quer ficar conhecida para a posteridade como a rapariga que que foi mutilada com uma lâmina, apesar de a sua história a preceder. A agora ex-modelo tornou-se guionista e trabalhou em “The Blackout” (1997) e “Subway stories” (1997). 

Corajosa e sorridente, Marla afirmou “Toda a gente tem cicatrizes. As minhas são visíveis”. Actualmente na meia-idade e casada, Marla Hanson tem feito por ultrapassar o trauma e declara: “Aceitei que isto é parte de mim. É uma experiência na vida”.