Os ensaios de Meghan Markle Parte II
Num ensaio publicado na revista Elle de 2016, a actriz e humanitária Meghan Markle reflecte como equilibra a vida de Hollywood com a filantropia.
Começa por falar da série televisiva em que participa, "Suits", com mais de 1,7 milhões de espectadores e que vai na sexta temporada. Depois, transporta-nos para um ano atrás onde estava num campo de refugiados no Ruanda, representando as Nações Unidas. Na capital do país, Kigali, Meghan encontrou-se com mulheres no Parlamento, sendo que 64% do governo são mulheres. Falou também com projectos de liderança de base em redor. No mesmo dia, recebe um email dos managers a dizer que tinha sido convidada para os prémios BAFTA (British Academy of Film and Television Arts) com direito a um vestido e jóias sumptuosas. A actriz teria apenas de viajar directamente de Kigali ao aeroporto de Heathrow, em Londres.
Contra tudo o que seria esperado, ela decide recusar o convite "O meu cérebro, coração e espírito não podiam mudar a marcha tão rapidamente do trabalho orientado por um propósito que tinha andado a fazer no Ruanda para o glamour polido de um espectáculo de prémios". A actriz destaca o amor e a felicidade bucólica que envolve o Ruanda, 22 anos depois do atroz genocídio que ocorreu no território. Apesar de considerar que os seus dois mundos podem coexistir, aprendeu que manter um pé em ambos é um equilíbrio delicado, um pêndulo que vai da fantasia de Hollywood a uma realidade terceiro mundista, que ela descreve como sendo desafiante.
O espírito filantrópico de Megan Markle vem desde criança quando via os pais a fazerem doações de refeições a abrigos, hospícios e a todos os que precisassem de comida. Tornou-se então "numa jovem adulta com consciência social para fazer o que podia e falar quando via que algo estava errado". Um exemplo disso, foi pedir aos executivos de "Suits" para doarem a comida que sobrava para uma organização em que ela fazia voluntariado, pedido que foi aceite.
A persistência de Markle era já evidente aos 11 anos quando escreveu uma carta a pedir que mudassem um anúncio publicitário que considerou sexista, o que também conseguiu.
Não menosprezando o valor da indústria de entretenimento como válvula de escape ("um catalisador para ir e equilibrar as realidades da vida), Meghan Markle considera o seu trabalho humanitário na Word Vision e Nações Unidas como uma honra que lhe alimenta a alma, que lhe permite difundir o empoderamento feminino, consciência social e outros assuntos de grande valor.
Meghan Markle considera que seja um mito que quem faz trabalho humanitário tenha uma mentalidade de salvador e afirma que a relação é recíproca. Ao ver algo que se sobrepõe ao supérfluo, que é um barómetro do que é verdadeiramente importante e valioso, o seu sorriso torna-se mais alegre.
Meghan quer que outras pessoas sejam a mudança que desejam ver no mundo e reflecte "Com a fama vem oportunidade mas isso inclui também responsabilidade- para representar e partilhar, para focar-se menos em sapatinhos de cristal e mais em derrubar tectos de vidro. E, se tiver sorte suficiente, para inspirar".
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