Marcelo Rebelo de Sousa discursa no Dia de Portugal
Celebrou-se ontem, 10 de Junho, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Num discurso breve, de cerca de cinco minutos, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa falou do tecido político, económico e social português, exprimindo preocupações e apelando à universalidade da Pátria e à abertura espiritual e mental.
O Chefe de Estado destacou que este é o “Dia das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, desse outro Portugal que nos faz universais, andarilhos que somos por vocação e desígnio, comunidades que queremos mais presentes nas nossas leis, nas nossas decisões colectivas, na nossa economia, mas sobretudo na nossa alma”.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou por diversas vezes o simbolismo deste dia, Dia das Forças Armadas, Dia de Portugal, Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas e fala da importância de “abraçar uma pátria sem fronteiras espirituais que nasceu para ser ecuménica e fraternal. São muitos os caminhos que confluem nesse desígnio, mas é bem mais o que nos aproxima do que aquilo que nos afasta”. A palavra ecuménica deriva do grego e significa: do ou para o mundo inteiro, relativo ao universo, a toda a terra habitada, que reúne pessoas de diversas religiões ou ideologias.
O Presidente da República começou por dirigir-se a todos os portugueses, aos militares (sem distinguir altas patentes) e antigos combatentes, sendo que Todos foram colocando todos em pé de igualdade. Marcelo aludiu a “um Portugal que sabemos ser passado, mas que queremos futuro, independente e livre” Destacou ainda a necessidade de “criar riqueza, combater a pobreza e superar as injustiças”, com um país unido, independente e livre de desigualdades sociais e económicas e problemas sistémicos como o atraso, a ignorância, a dívida e a sujeição. A educação é louvada, evidenciando-se a necessidade de “promover conhecimentos”.
Marcelo quer um país sem manipulação e com pluralidade intelectual, afirmando que Portugal tem de estar livre “da prepotência, da demagogia e do pensamento único, da xenofobia e do racismo”. De ressaltar que durante o Estado Novo, de 1933 ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era celebrado como o Dia da Raça: a raça portuguesa ou as portuguesas e portuguesas.
Marcelo Rebelo de Sousa discursou na cidade do Porto que descreveu como “gloriosa, leal, nobre e livre” e fez referência ao Brasil onde se encontraria pouco tempo depois “Hoje, nesta manhã gloriosa no Porto (…), como dentro de horas em terras de Vera Cruz unidos nos encontramos todos, para além do que nos passa apartar”.
Numa alusão aos refugiados o Presidente da República referiu que “nos abrimos àquelas e aqueles que nos chegam de tantas paragens sonhando ficar e ter uma vida melhor que lhes é negada nas suas terras natais”.
Marcelo terminou numa nota de optimismo e confiança nas potencialidades do país afirmando: “Acreditamos em Portugal, acreditamos nos portugueses. O passado, mesmo quando menos feliz foi a nossa garantia. O presente é a nossa exigência. O futuro é o nosso destino”.
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