A crise dos vintes

A década dos vinte marca a transição da adolescência para a idade adulta, é a altura ideal para afirmarmos a nossa identidade, descobrirmos quem somos e o que queremos. Relacionamentos, estudos, trabalho são alguns dos ingredientes da vida destes jovens que lutam para encontrar a sua voz no meio da cacofonia que é o mundo moderno.

Por vezes, os vintes são uma época de crise em vários níveis. A angústia de não ter uma vida com propósitos alinhados, estáveis e definidos pode roubar o vigor e a motivação, deixando os jovens a sentirem-se alienados, perdidos e sem brilho no olhar.
Fala-se largamente do desemprego nesta faixa etária e da geração nem, nem (nem estuda, nem trabalha) que segundo os últimos dados do Público englobava 300 mil jovens. O que se pode fazer para mudar este estado de coisas?
Enquanto jovem de 29 anos que estuda mas não trabalha acredito que a solução tem de passar por novas medidas governamentais que ajudem a incluir estas pessoas, que lhes dêem o suporte e os apoios que necessitam. Mas, também sei que tenho de fazer a minha parte caso contrário não haverá nada que me possa valer, isto é, se eu deixar de lutar com as ferramentas que tenho para mudar a minha situação actual a batalha estará perdida à partida. Não podemos deixar que angústia em relação ao futuro retire brio àquilo que fazemos, à qualidade que deve ser marca do nosso trabalho. Temos de saber perdoar-nos pelas nossas falhas, não ficar com o olhar preso no passado e tentar ser melhores da próxima vez. 
Quanto ao resto, o tempo ensina-nos e não devemos recear aprender por um processo de tentativa-erro. É por vezes na escuridão, sem ver distinguir claramente os contornos do que está ao nosso redor que descobrimos mais sobre nós próprios.
Por último, é necessário lembrar que as crises não duram para sempre e que apesar de mudarmos de dia para dia, de a nossa evolução decorrer num processo contínuo, a essência de quem somos mantêm-se. 

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