"A verdade chocante sobre a tua saúde"

Este é o título provocante da primeira palestra no TedX da médica e autora norte-americana Lissa Rankin. Ela começa por nos desafiar a identificar o que é mais importante na nossa saúde: uma dieta balanceada baseada em verduras, hormonas equilibradas, exercício diário, dormir o suficiente, tomar vitaminas ou fazer check ups médicos regulares. Na opinião de Lissa todas estas acções contribuem para uma vida saudável mas o nosso corpo não modela a nossa vida, é antes um espelho de como a vivemos. Para quem passou 12 anos a estudar o nosso organismo físico e tinha como base de tudo, Rankin apresenta esta revelação como algo surpreendente.

Um corpo descompensado grita em vez de sussurrar e cede à epidemia da exaustão, ansiedade, depressão, insónias, baixa libido, etc. Lissa Rankin fala das armadilhas do sucesso que a deixaram esgotada e a sentir que mascarava quem era realmente. Fala-nos de seguida da luz piloto interna, aquela que nos leva a pintar ou a escrever, que é a nossa caixa de primeiros socorros quando lambemos as nossas feridas., é a nossa essência mais profunda, verdadeira, que está dentro de nós do nascimento até à morte, uma espécie de intuição, de fé, de amor a si, de autenticidade.

A médica refere ter pesquisado e recorrido a vários saberes desde acupunturistas, naturopatas, nutricionistas, a agulhas meridianas energéticas e à dieta da comida crua, o que sem atacar as raízes dos sintomas apenas criava novos sintomas. Por responder continuavam as perguntas: o que faz um corpo saudável e o que nos faz doentes? Para Lissa são os componentes que formam um todo: relações saudáveis, vida profissional, expressão criativa, conexão espiritual, vida sexual, vida financeira, ambiente, saúde mental e corpo nutrido. É cuidar sempre do coração e da alma, num modelo de bem-estar que encontra eco na Psicologia, na Sociologia e na Literatura.

Este quadro completo é o que constitui, segundo Rankin, a Medicina Integral, baseado visualmente numa pilha de pedras em equilíbrio e interdependência. O corpo é a pedra do topo com as suas diversas facetas (vulnerável, transparente) e o processo de auto-cura deve começar desde o centro cultivando a gratidão, o amor e o prazer que ela define como sendo a cola que mantém tudo unido. 

Os sintomas físicos exigem um diagnóstico que muitas vezes exige total honestidade para que a ciência chegue à verdade sobre a condição do paciente.

Sabemos que o amor e a intimidade libertam no nosso cérebro os químicos oxicitocina e endorfina, reduzindo hormonas danificadoras do stress como o cortisol e a adrenalina.

Alguém que sente que é visto e compreendido inteiramente pode curar-se de dentro para fora.

Lissa Rankin termina exortando-os a escrever a nossa própria receita para um corpo saudável e a ajustar a nossa vida de acordo com ela. Para tal é preciso a tirar as máscaras e descobrir a luz que vive dentro de nós de forma a que esta possa fazer milagres no nosso corpo.

Imagem retirada de: https://lissarankin.com/