Vencer a depressão

Precisamos de falar sobre a depressão. Agora mais do que nunca é necessário romper com o estigma associado a todas as doenças mentais e falar abertamente sobre o que percepcionamos, erroneamente, como fraquezas.

Nem sempre conseguimos romper com padrões antigos que parecem nos arrastar para baixo e ajustar a nossa mente às exigências do dia-a-dia. 

É importante, em primeiro lugar, criar rotinas saudáveis, feitas de objectivos traçados com um compromisso entre a realidade e o sonho. Quando nos sentirmos assoberbados podemos desdobrá-los em mini tarefas, mais facilmente exequíveis.

Num artigo para a The Lifestyle Library, a psicóloga britânica Linda Papadopoulos dá-nos algumas dicas para ser feliz sem ter de nos esforçarmos demasiado.

Tente manter a capacidade de rir acerca da vida. Crie uma auto-confiança que vença o teste do tempo e que não se fundamente em algo em permanente mudança como o nosso aspecto físico. A sociedade valoriza de uma forma pouco saudável quem parece ficar eternamente jovem mas na verdade temos de aceitar a evolução da nossa beleza e não fazer um culto à juventude, que irá passar mais cedo ou mais tarde. Dedique-se à sua carreira, aos seus talentos e nas suas qualidades humanas.

Não fique presa ao passado. Demasiada ruminação e análise de eventos passados pode levar a depressão. Deverá apenas preocupar-se com as coisas que pode mudar e não com aquelas que estão fora das suas mãos.

Defina o seu próprio sucesso. Ninguém o pode fazer sentir falhado sem a sua autorização. Faça as coisas que lhe dão prazer na vida, assegure-se que consegue um equilíbrio saudável entre as pessoas que ama, o seu trabalho e os seus hobbies. Não se sinta culpada se desejar levar uma vida mais calma e com menos stress e menos ocupada do ponto de vista profissional. Todos somos diferentes e devemos definir a nossa vida nos próprios termos.

Esqueça o que deveria ter feito, que lhe rouba o divertimento e a espontaneidade da vida. Deve procurar seguir o coração e ter uma mentalidade de apreciação dos pequenos e simples momentos agradáveis da vida.

Mantenha os pés no chão mas com pensamentos de crescimento agradáveis que a façam querer fazer mais e voar mais alto. Lembre-se que manter a cabeça ordenada e límpida é uma das maiores conquistas que pode ter no que a sua saúde mental diz respeito. 

É importante ter também em atenção que a depressão é mais do que simples tristeza e desânimo, é uma doença que pode ser muito grave e deve ser tratada com toda a seriedade. Como tal, não hesite em procurar toda a ajuda médica que necessitar, nomeadamente um médico de família, psiquiatra, psicólogo, etc.

Depois de um evento particularmente doloroso (como terminar uma relação amorosa) pode se sentir apenas a seguir a corrente, sem conseguir encontrar um porto de abrigo e de segurança. Seja tolerante consigo mesmo e não exija mais de si do que pode dar. Não adianta encher a sua agenda de cima a baixo com coisas para fazer se o seu humor não mostra melhorias nem o dia tem as horas suficientes para concretizar tudo o que ambiciona. Daí a necessidade de compreender o que pode ser feito e aos poucos reagir e começar a cuidar de si. O auto-conhecimento é essencial: saber os gatilhos que desencadeiam os seus altos e baixos emocionais, o que a alegra e a abala é o primeiro passo para conseguir potenciar os momentos felizes.

Lembre-se que em cada dia passado faz de si uma sobrevivente, que guarda dentro si a capacidade de transformar as suas lutas em algo positivo e inspirador. E, quanto tudo mais falhar lembre-se que o sono é um bom conselheiro e que que cada amanhã é uma nova oportunidade de recomeçar e de fazer a sua vida brilhar.

Almada Negreiros "A sesta"