Da sexualidade e da violência

Lily Rose, filha do actor Johnny Depp com a ex-mulher Vanessa Paradis foi notícia há uns tempos por assumir que a tinha uma sexualidade fluída. De facto, a sexualidade não tem de ser hermética, rígida. A sexualidade pode ser tudo o que queiramos que ela seja. Vivemos tempos em que felizmente se começa a aceitar melhor os homossexuais, transexuais, bissexualidade e androgenia. Temos liberdade para não viver de fórmulas feitas, para construir e é nessa oportunidade de sermos quem quisermos tanto visualmente quanto emocionalmente: em suma podemos dar asas largas à nossa liberdade. Temos como grande exemplo disso David Bowie que mais que cantor e músico foi um camaleão e um visionário, que seguiu o seu coração e criou personagens inesquecíveis que ficam para sempre marcadas no imaginário colectivo. Temos outro exemplo em Lana Del Rey que recorrendo ao glamour e imaginário dos anos 50 e 60 procura fazer da sua vida uma obra-de-arte.
A sexualidade entra-nos pela casa à dentro em filmes e reality shows, muitas vezes acompanhados de discussões e violência. De facto o ser humano sente-se atraído por emoções extremas seja de prazer ou agressão. Como George Orwell previa em “1984” chegou-se à era da vida em direito mas perguntamo-nos quanto dessa vida tem de naturalidade e quanto tem de se encenação.
A plasticidade do ser humano, tanto relativa à sua sexualidade quanto ao seu comportamento é interessantíssima e digna de se observar com atenção mas tenho a convicção que se precisa de escavar muito para encontrar os melhores tesouros. Que o que os ecrãs da televisão nos mostram nunca é totalmente verdade e que só a poderemos descobrir, ou pelo menos uma das suas faces, se a sujeitarmos ao exame da nossa consciência.
Não é preciso ter uma educação superior para saber que as guerras são uma calamidade à escala mundial, que dizimam a vida de milhões de inocentes e tornam o mundo a cada dia um pouco mais triste, mais dividido e aterrorizado. A falta de tolerância religiosa, sexual, cultural e comportamental está muitas vezes na origem de conflitos, assassínios, violações e perseguições. Os direitos humanos são relegados para segundo plano ou esquecidos completamente. Que possamos viver num mundo em que respirar seja mais fácil, em que o riso venha a tona com mais frequência, em que as notícias televisivas sejam de um teor mais leve, que levantem menos inconformismo e dificuldade em digerir. Que a sexualidade dos outros deixe de nos incomodar e recusemos o culto à violência pura e dura, pensando que a sobrevivência deve ser do mais forte e não do mais inteligente. E por último, que nenhum acontecimento por mais desolador que seja nos faça perder a fé na Humanidade e a esperança de um mundo melhor. 

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