Fahrenheit 9/11


“Fahreinheit 9/11” é um documentário norte-americano de 2004 de 122 minutos, escrito e realizado por Michael Moore. Aborda as causas e consequências dos atentados de 11 de Setembro de 2001 e apresenta a invasão do Iraque, liderada pelos EUA e pela Grã-Bretanha como fundamentada em pressupostos que sabia serem à partida erróneos. Alude ainda aos vínculos que uniam as famílias do presidente George W. Bush e de Osama bin Laden a nível de lucrativos negócios, como o do petróleo.
 O filme inicia-se com Bush a ser declarado vencedor das eleições pelo Fox News Channel. Michael Moore insinua que o anúncio da vitória foi prematuro e da responsabilidade de um dos primos de George W. Bush e que houve manipulação das votações na Florida e uma fraude eleitoral, com os direitos da população negra a não serem respeitados. Al Gore é assim derrotado e fica como vice-presidente. Moore sugere que desde que Bush toma posse passa a maior parte do tempo de férias a jogar golfe entre outras actividades, apesar de este dizer que está a trabalhar a partir de casa.
O 11 de Setembro de 2001 é um verdadeiro divisor de águas na história americana e muda o ritmo pachorrento com que começa o documentário cujo título se refere ao livro de Ray Bradbury “Fahrenheit 451”, a temperatura a que arde o papel e a como se escreve usualmente 11 de Setembro nos países de língua inglesa (9/11).
Quando o primeiro avião colide no World Trade Center, George Bush está a ler para crianças de uma escola primária e após ser informado que o país está sob ataque, continua a ler impassivelmente durante cerca de sete minutos.
O documentário apresenta a relação de proximidade entre a família Bush e ilustres famílias da Arábia Saudita (incluindo a família Bin Laden que segundo Moore ajudou a financiar a companhia petrolífera Arbusto Energy de Bush). O cineasta opõe-se fortemente a evacuação dos familiares de Osama bin Laden pelo governo de George W. Bush logo após o 11 de Setembro sem qualquer tipo de interrogatório. É também crítico à relação dos EUA com os talibãs, que se prolonga por mais de trinta anos.
Michael Moore afirma que o governo de Bush não trabalhou nos melhores interesses dos americanos e que estes entravam em conflito com os seus outros negócios. A invasão do Afeganistão em 2001, ao invés de ser para capturar os líderes da Al Quaeda é mostrada como favorecendo a construção de um oleoduto e a do Iraque em 2003 (sob o pretexto de possuírem armas de destruição em massa) como tendo por verdadeira razão apoderarem-se dos poços de petróleo iraquiano e favorecer assim as empresas norte-americanas.
À semelhança de “Bowling for Columbine”, Moore critica o clima de medo instalado entre a população dos Estados Unidos através dos media, a assinatura do USA Patriotic Act (que permite que órgãos de segurança e de inteligência dos EUA interceptem ligações telefónicas e e-mails de organizações de pessoas suspeitas de estarem envolvidas com o terrorismo, sem necessidade de autorização da Justiça, sejam de nacionalidade americana ou estrangeira).
O filme termina com a devastação interior de uma mãe cujo filho morreu no Iraque. Outrora alegre e patriótica, orgulhosa de toda uma linhagem familiar que serviu na guerra, Lila Lipscomb chora ao tomar consciência que Michael, o seu filho de 26 anos, não mais irá voltar. Questiona-se sobre o sentido da guerra e sobre o engodo lançado pelo governo.
O realizador Michael Moore apresenta-nos mais uma obra de arte do cinema: polémica, politizada e comprometida com o seu tempo e com questões prementes sob a premissa da “temperatura que arde a liberdade”.

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