O encanto dos guaxinins
O guaxinim (Procyon lotor) é um mamífero da família dos procionídeos, que habita principalmente na América do Norte, Central e do Sul. O habitat de eleição dos guaxinins são as florestas, à volta de água ou pântanos. Estes pequenos mamíferos também podem ser encontrados na Europa Central e no Cáucaso, após fugirem de quintais de criação de pele. Mais conhecido do público em geral através de filmes de animação como Pocahontas. O guaxinim é um animal muito adaptável, que inclusive já pode ser encontrado em ambiente citadino.
Este animal tem uma cabeça grande e focinho pontiagudo, pêlo longo e cauda espessa com aneis negros e castanhos. No dorso o pêlo costuma ser de um castanho-acizentado e o abdómen cinzento. De patas esbranquiçadas, o guaxinim é facilmente identificável pelas manchas no focinho, que se estendem entre os olhos e verticalmente através da fronte. Mede geralmente entre 45 e 70 centímetros e dorme dia inteiro em árvores ocas, reentrâncias nas pedras ou no chão. Sai à noite para buscar comida, perseguindo a presa com tenacidade. Os guaxinins só se alimentam depois de inspeccionar meticulosamente o cheiro da presa.
O guaxinim faz uma dieta variada, visto ser um animal omnívoro. Alimentam-se de pássaros, peixes pequenos, ratos, insectos, rãs, lesmas, camarões de água doce, ovos, nozes, frutas e cereais. Nas zonas frias, os guaxins passam o Inverno refugiados tocas e dormem profundamente. Todavia, não entram em estado de hibernação e deixam o seu esconderijo quando o clima dá sinais de melhoria.
A nível reprodutivo, os guaxinins machos acasalam com muitas fêmeas mas estas só acasalam com um deles. Não sendo naturalmente agressivos entre si no dia-a-dia, os guaxinins brigam com violência na época do acasalamento para serem o pretendente escolhido.
A gestação da fêmea tem a duração total de nove semanas e esta dá a luz na Primavera, três a cinco crias, dos quais cuida sozinha. A família fica unida por um ano até os filhotes deixarem a mãe.
O sentido mais importante dos guaxinins é o tacto. Possuem patas hiper sensíveis e quase dois terços do seu córtex cerebral são responsáveis pela percepção sensorial, mais do que qualquer outro animal estudado. Não têm capacidade de distinguir as cores (ou se existe é muito diminuta) e possuem um olfacto extremamente apurado. Investigações nestes animais mostram que estes têm uma inteligência que lhes permite compreender princípios abstractos, distinguir caixas diferentes, com uma memória de soluções dos problemas que pode durar até três anos.
A esperança média de vida dos guaxinins é de 20 anos em cativeiro mas de apenas dois ou três anos no habitat natural, o que depende das condições ambientais, dos seus predadores e da intervenção humana nos locais. Os guaxinins pequenos ficam particularmente vulneráveis se perderem precocemente a mãe, contraírem doenças ou passarem fome. O guaxinin ainda é caçado de forma preocupante pelo Homem, principalmente no sul dos Estados Unidos, para ser usado na confecção de casacos de pele e para fins alimentares.
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