Lontras gigantes


A lontra gigante (Pteronura brasiliensis), também chamada de lobo-do-rio é um mamífero mustelídeo que habita no Pantanal e na Bacia do Amazonas, na América do Sul.
A lontra gigante é a maior espécie da subfamília Lutrinae podendo chegar a medir 180 centímetros de comprimentos, dos quais 65 compõem a cauda. A pelagem é espessa, de textura aveludada e cor escura excepto na zona da garganta onde têm uma mancha branca. A lontra gigante tem olhos relativamente grandes, orelhas pequenas e arredondadas, patas curtas e cauda comprida e achatada. Os machos são geralmente mais pesados que as fêmeas e pesam até 26 kg.
A lontra gigante está perfeitamente adaptada à vida aquática, a sua pelagem repele a água deixando-os sempre secos e quentes. As narinas e ouvidos fecham naturalmente quando ficam submersos. Nadam facilmente com as suas caudas longas, patas adaptadas e corpo ágil.
A nível de vocalizações são a espécie mais ruidosa de lontras emitindo sons de agressão, alertas, entre outros.
Encontram-se activas apenas durante o dia, voltando às tocas ao cair da noite. São espécies muito sociáveis vivendo em grupos familiares constituídos por um casal monógamo e a sua descendência de filhotes. Fazem a sua casa em abrigos debaixo de troncos ou em tocas nas margens dos rios e em redor estabelecem o seu território que vão defender ferozmente contra os que o atacarem.
A lontra gigante distingue-se claramente das outras lontras marinhas pelas características morfológicas e comportamentais. É o maior membro da família Mustelidae em comprimento, sendo a lontra marinha a maior em peso. Os machos têm de 1,5 a 1,8 de comprimentos e as fêmeas de 1,5 a 1,7 metros. O peso varia de 32 a 45,3 para os machos e de 22 a 26 para as fêmeas.
A lontra gigante vive e caça em grupos que podem chegar aos dez elementos. Alimenta-se de peixes, principalmente de caracídeos como a piranha e a traíra, ingerindo-os sempre com a cabeça fora de água, frequentemente nadando para trás. Em situações de falta de comida caçam pequenos jacarés, cobras e outras criaturas fluviais. No seu habitat as lontras gigantes adultas são os predadores de topo da cadeira alimentar. Um dos seus adversários é um membro local da árvore genológica dos jacarés: o caimão. Reunidas em grupo e com algum esforço, as lontras gigantes conseguem matar este animal. 
Quanto à reprodução e ciclo de vida apenas a fêmea dominante do grupo se reproduz. No início da estação seca, a fêmea dá a luz a uma ninhada de um a cinco filhotes que ficam na toca durante os primeiros três meses de vida. O grupo ajuda a cuidar dos filhotes e a capturar peixes para alimentá-los enquanto não aprendem a caçar sozinhos. As lontras gigantes permanecem no grupo em que nasceram pelo menos até aos dois, três anos de vida, altura em que atingem a maturidade sexual. Aí deixam o grupo e saem à procura de um par para acasalar e formar o seu próprio grupo.
Originalmente a lontra gigante vivia em quase todos os rios tropicais e subtropicais da América do Sul. Actualmente está extinta 80% da sua distribuição original. As lontras gigantes habitam agora áreas isoladas no Brasil, Peru e nas Guianas em sítios como os rios Negro e Aquidauana, no Pantanal, no médio Rio Araguaia, notavelmente o Parque Estadual do Cantão, com 843 lagos.
Na natureza, as lontras gigantes não mostram agressividade em relação aos seres humanos, não se registando incidentes quando se aproximam, por curiosidade, de embarcações.
A lontra gigante é uma espécie em perigo e a principal ameaça à sua sobrevivência é o desmatamento e destruição do seu habitat. A poluição dos rios junto das explorações mineiras vitima lontras que se alimentam de peixe contaminado por metais com o mercúrio, usado na extracção do ouro. Há ainda perdas devido à caça furtiva por causa da pele. Em cativeiro as lontras gigantes podem viver até aos 17 anos.



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