Angelina Jolie e a luta pela saúde

Angelina Jolie festejou 40 anos no passado dia 4 de Junho. A estrela de cinema já tinha alertado o público há dois anos para a sua escolha de fazer uma dupla mastectomia preventiva. Um simples exame sanguíneo revelou que a actriz tinha uma mutação no gene BRCA1, aumentando para 87% o risco de sofrer de cancro de mama e 50% de cancro nos ovários. Angelina tinha perdido a mãe, uma avó e uma tia para o cancro. "Eu acredito no velho ditado: o que não nos mata torna-nos mais fortes. As nossas experiências, boas ou más, fazem o que somos. Ao superar as dificuldades, ganhamos força e maturidade" tinha dito a actriz.
“Quero que outras mulheres em risco saibam das suas opções. Prometi seguir com informação que pudesse ser útil, incluindo a minha próxima cirurgia preventiva, a remoção dos meus ovários e tubos de Falópio” declarou agora a actriz e activista. Esta última é uma cirurgia menos complexa que a mastectomia mas os efeitos são mais severos uma vez que coloca as mulheres em menopausa forçada. Angelina preparava-se fisicamente e mentalmente para a fazer, a discutindo opções com médicos e averiguando como seria executada mantido o seu equílibrio hormonal. O aumento de um indicador a sugerir inflamação (sinal de estádios precoces de cancro) levou a actriz a ficar assustada e a ter de procurar um cirurgião imediatamente para ver seus ovários “Passei o que eu imagino milhares de mulheres sentem. Disse a mim mesma para ficar calma, para ser forte e que não tinha razões para pensar que não ia ver as minhas crianças crescer e conhecer os meus netos. Passei cinco dias numa névoa, indo ao jogo de futebol dos meus filhos e trabalhando para me manter calma e concentrada”.
Os resultados dos exames chegaram e o teste ao tumor era negativo. Angelina Jolie escolheu, dado as suas circunstâncias específicas (ser portadora do o gene BRCA e ter três familiares mortos por cancro) remover preventivamente os ovários e tubos de falópio. Angelina seguiu as recomendações médicas de ter este procedimento uma década antes do aparecimento de cancro nos seus familiares. A mãe tinha 49 quando lhe diagnosticaram cancro nos ovários. A actriz defende que cada mulher se deve informar junto dos seus médicos das suas opções e lidar com os seus problemas de saúde de acordo com a sua personalidade e alternativas disponíveis. A actriz escolheu manter o útero porque o cancro nesse local do corpo não faz parte da sua história familiar. “Não é possível remover todos os riscos e o facto é que continuo vulnerável ao cancro. Procuro maneiras de fortalecer o meu sistema imunitário. Sinto-me feminina e alicerçada nas escolhas que faço pela minha família. Eu sei que as minhas crianças nunca terão de dizer “A minha mãe morreu de cancro no ovário”. 
Angelina toma agora substitutos hormonais e entrou oficialmente na menopausa, não podendo ter mais filhos “Sinto-me à vontade com o que quer que venha não porque seja forte mas porque é parte da vida. Não é nada a ser temido. Não é fácil tomar estas decisões. Mas é possível tomar o controlo e enfrentar directamente qualquer problema de saúde. Podes procurar conselho, aprender sobre as tuas opções e fazer escolhas que são certas para ti. Conhecimento é poder”.

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