Luta ou fuga
O
mecanismo de luta ou fuga é uma reacção fisiológica na presença de algo
assustador que existe no imaginário ou que é real. O corpo prepara-nos então
para lutar ou fugir da ameaça. O objectivo destas reacções físicas é fazer-nos,
através de uma maior atenção, evitar colocar a vida em risco ou sobreviver a
uma circunstância perigosa. Estas reacções estão já programadas geneticamente e
são uma herança dos nossos antepassados.
A
reacção de luta e fuga foi descrita pela primeira vez pelo fisiologista
americano Walter Cannon em 1914. Cannon defende que em situações de emergência
o organismo se prepara para o que for preciso, lutar ou figir consoante o caso.
Esta reacção verificou-se tanto em animais como em seres humanos. O estímulo
ameaçador é captado por uma área cerebral responsável pelas respostas de luta e
fuga desencadeadas pelo sistema nervoso autónomo.
O
que acontece no nosso corpo é a activação do sistema nervoso simpático devido à
libertação de hormonas que estimulam as glândulas supra-renais e provocam a
libertação de adrenalina, dopamina, noradrenalina, entre outros. A frequência
cardíaca e respiratória bem como a pressão arterial aumentam. Outros sintomas
podem fazer-se sentir como dilatação das pupilas, tensão muscular e aumento dos
níveis de glicose no sangue, aumento da actividade cerebral e do metabolismo
basal, aumento da secrecção de adrenalina pela medula das glândulas adrenais e
aumento da actividade do músculo miocárdio, entre outras.
A
resposta de luta ou fuga é também conhecida como a síndrome de stress agudo.
Após o final do estímulo demora entre 20 minutos a uma hora até o corpo voltar
a sua actividade normal. Quando cessa a situação de perigo, o cérebro responde
activando o sistema nervoso parassimpático que actua de forma inversa ao
simpático (inibe tudo o que foi estimulado pelo simpático e estimula tudo o que
foi inibido por este) e que é também responsável pelo restabelecimento da
homeostase corpórea.
Estudos
empíricos permitiram ainda observar outro tipo de reacção em situações de
perigo: a busca de apoio (tend and befriend) observada pela primeira vez em
mulheres que se caracteriza pela busca de protecção, apoio e amizade em grupos.
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