A depressão dos recém-graduados
Acabar a faculdade costuma ser uma época de
celebração do fim das aulas e dos exames. No entanto, depois de se graduarem e
especialmente se não tiverem perspectivas de arranjar um trabalho, muitos
jovens podem sentir pânico ou mesmo ter uma depressão. A tristeza que o
desemprego causa pode ser avassaladora mas primeiro que tudo é preciso
compreender que não estamos sozinhos.
Vicky Hays, directora dos serviços de apoio
psicológico da Universidade do Michingan refere que a depressão nos
recém-graduados é mais comum do que se pensa: “Sair da faculdade é algo
completamente novo. A a maioria das pessoas nunca esteve sem a estrutura de
educação organizada nas suas vidas”.
Sintomas da depressão dos recém-graduados
incluem mudanças no apetite, nos padrões de sono, comportamento de isolamento e
frases que revelam desespero como “Não faço bem” e “Não valho nada”.
Alguns sinais desta condição incluem perda de
identidade quando após o fim da era que é acabar a faculdade nos encontramos
sem emprego, incapazes de fazer uma transição para o mundo no trabalho. Se
durante cerca de 17 anos nos definimos como estudantes, fora do mundo académico
e sem emprego, somos forçados a reinventar a nossa identidade.
Outro dos factores que pode conduzir à
depressão é ter expectativas pouco razoáveis do mercado do trabalho, como
conjecturar a possibilidade pouco provável de ser imediatamente bem sucedido. “Às
vezes a depressão surge das expectativas que foram goradas -os sonhos e
esperanças que não se estão a materializar” diz Tiffany Miller, uma psicóloga
de Nova Iorque.
A pressão financeira é outra razão para a
depressão dos recém-graduados uma vez que depois de ter um diploma é esperado
que sejam autónomos e se sustentem. O caso piora se houverem empréstimos para
pagar decorrentes dos anos de estudo. A pressão familiar também pode pesar nos
ombros dos recém-graduados.
O facto é que acabar um curso agora, no meio
de uma grande recessão financeira não é fácil. O importante é assegurar aos progenitores
que se está a fazer os possíveis para ter um lugar no mercado de trabalho.
Se está a sofrer de depressão e desempregado
há maneiras de ver a melhor opção e ver a luz no fundo do túnel.
Primeiro que tudo seja honesto consigo
próprio e as suas famílias acerca do mercado do trabalho e as suas
competências. Miller refere que é improvável atingir os seus objectivos logo a
seguir à faculdade “Seja realista acerca dos empregos que há e o quão baixo na
escada tem de começar para subir para cima”.
Foque-se nas suas competências. Há
pessoas que se sentem melhores ao recordarem-se de que alcançaram no passado o
que se pode tornar desanimador se se pensar que esses feitos não se traduzem no
mundo real. Em vez de concentrar-se na média ou currículo, motive-se ao pensar
em todas as vezes que trabalhou arduamente para superar obstáculos. Pense que é
mais um desafio que tem de enfrentar como tantos outros.
Procurar um psicólogo e terapeuta é sempre
uma solução a ter em conta para superar as adversidades e desenvolver
resiliência.
Comunique com a tua família e procure
apoio nela para superar os sintomas de depressão. Fale com eles, explique as
tuas frustrações e sonhos. Voltar a casa dos pais pode ser muito desmotivante e
implicar uma certa perda de liberdade. É
importante reafirmar os seus direitos como adulto e saber expressar tudo o que
lhe vai na alma, esperando ser compreendido e acarinhado.
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