A culpa e a síndrome do sobrevivente

A culpa e o síndrome do sobrevivente é uma condição mental que ocorre quando um individuo que sobrevive a um acontecimento traumático acredita que fez algo de errado e os outros não. Isto gera um sentimento de imensa culpa e sofrimento. Esta síndrome encontra-se em sobreviventes à guerra, a desastres naturais e epidemias e em amigos e familiares de pessoas que cometeram suicídio. Também se manifesta em casos laborais em que os colegas são despedidos.
A culpa nos sobreviventes foi primeiramente identificada em meados de 1960. Variantes muito próximas ou idênticas desta síndrome foram encontradas em sobreviventes do Holocausto. 
Os que sofrem desta síndrome culpam-se pela morte dos outros por exemplo alguém de serviços de emergência que tentou salvar uma pessoa sem sucesso ou um terapeuta que não consegue diminuir o sofrimento de um paciente. 
A síndrome do sobrevivente (também conhecido como síndrome do campo de concentração) inclui sintomas característicos como ansiedade, perturbações do sono, depressão, isolamento social, queixas físicas e alterações bruscas de humor. 
Actualmente, a culpa e a síndrome dos sobreviventes não tem um diagnóstico específico e são ambas vistas como um sintoma da perturbação de stress pós-traumático no DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). 
O tratamento destas perturbações passa muitas vezes por tentar encontrar um significado para o sofrimento e ajudar outros em situações traumáticas semelhantes. Os danos emocionais são reconhecidos, libertados e curados com perspectivas de positivismo e esperança. Com mais auto-confiança, o sobrevivente pode chegar finalmente à conclusão de que o acontecimento traumático foi um infortúnio e não um resultado das suas acções. Inicia-se depois o processo de luto e o sobrevivente fará por continuar a sua vida da forma mais harmoniosa possível.



Comentários

  1. Pode se manifestar quando você perde muitos irmãos ao longo da infância?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite Joice. Muito obrigada pelo seu comentário. Eu não sou psicóloga nem formada em nenhuma área de saúde mental, sou apenas uma pessoa que se interessa muito por esses assuntos mas na minha opinião pessoal creio que sim, é muito possível. No entanto, considero que com o acompanhamento adequado (médico psiquiatra, psicólogo) é possível fazer um bom trabalho interior que actue de forma terapêutica sobre estes sintomas. Aproveito para deixar à Joice a sugestão de leitura da revista gratuita de que sou directora, Humanamente (https://www.facebook.com/revistahumanamente/) Feliz Natal. Melhores cumprimentos

      Eliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

O talento de Mira

As cicatrizes das famosas

A história de Marla