A Ferreirinha





D. Antónia Adelaide Ferreira, nascida a 4 de Julho de 1811 foi uma empresária portuguesa do século XIX, que entrou na história por se dedicar ao cultivo do vinho do Porto e pelas inovações que introduziu na vinicultura.
A Ferreirinha, como era conhecida pelos amigos, preocupava-se com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas. Lutou contra a falta de apoio dos governos, contra a filoxera (doença das vinhas) e foi a Inglaterra para conhecer meios mais sofisticados de produção de vinho e maneiras mais modernas e eficazes de combater a peste.
Casada com um primo D. Antónia teve dois filhos: Maria da Assunção e António. Após ficar viuva do primeiro marido a Ferreirinha arregaça mangas e afirma a sua veia empreendedora: faz grandes plantações de vinha no Douro, obras de benfeitoria, constroi armazéns e compra quintas importantes (Aciprestes, Mileu) e funda outras como o Monte Meão, tornando-se figura de proa na região. Tinha uma grande capacidade de negociar e fazer valer a sua posição, quer no nosso país quer com os ingleses.
Uma das suas muitas propriedades, a Quinta do Vesúvio era por ela vigiada e percorrida atentamente. A Ferreirinha conseguiu bons acordos que fizeram com que uma grande parte do vinho do Porto fosse exportado para a Inglaterra. No ano de 1849 a produção vinícola era impressionante: 700 pipas de vinho.
D. Antónia morreu a 26 de Março de 1896 aos 85 anos na Casa das Nogueiras. Deixa uma grande fortuna e aproximadamente trinta quintas. Do Douro para o resto de Portugal ficou a sua história inspiradora de bondade e persistência.

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