A dieta mediterrânea
Comemora-se hoje, 16 de Outubro, o Dia
Mundial da Alimentação, celebrado em mais de 150 países. Esta data assinala
ainda a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO) e visa consciencializar o público em geral sobre a
importância de uma alimentação variada e equilibrada. Neste contexto,
destaca-se a dieta mediterrânea, amplamente reconhecida como um dos padrões
alimentares mais saudáveis do mundo. Caracteriza-se pela proporcionalidade
entre qualidade e quantidade: consumo de grande variedade de alimentos de
elevado valor nutricional, combinados de forma harmoniosa, ajustados em
quantidade às necessidades individuais e bem distribuídos ao longo do dia e da
semana.
Mais do que uma dieta alimentar,
pode-se falar de um estilo de vida baseado em culinária simples mas rica em
sabor, refeições em família, a distinção entre os alimentos para todos os dias
e para os dias de festa, a valorização dos alimentos da estação, a prática de
actividade física diária e o consumo moderado de vinho tinto.
Elsa Feliciano, acessora de nutrição
da Fundação Portuguesa de Cardiologia aconselha a adoptar estes hábitos pela
sua saúde: consumir diariamente porções generosas de legumes (na sopa e crus ou
cozinhados como acompanhamento de refeições principais), ingerir fruta
diariamente como sobremesa e nas pequenas refeições, consumir peixe várias
vezes por semana e incluir os peixes gordos, preferir as carnes brancas e
diminuir a frequência dos consumos das carnes vermelhas. É importante
acompanhar as suas refeições com cereais pouco refinados (arroz, massas) ou
leguminosas (feijão, grão, ervilhas) e utilizar o azeite como gordura de
eleição em dose moderada. Cozinhar os alimentos à maneira medeterrânica inclui fazer
estufados simples, caldeiradas, jardineiras (em cataplanas com pouca gordura,
pouco sal e muitas ervas aromáticas), cultivar o hábito de distinguir os
alimentos próprios para o dia-a-dia e os alimentos para os dias festivos,
distribuir os alimentos por várias refeições diárias, consumir frutos secos mas
sem sal e sempre em pequenas quantidades, beber água e infusões sem açúcar para
manter uma boa hidratação e, no caso de consumir álcool preferir o vinho tinto
mas sempre em pequenas quantidades.
Para além de proteger o coração e de
ter propriedades antioxidantes, os benefícios da dieta mediterrânica
estendem-se também ao cérebro. A conclusão é de um estudo da Universidade de
Navarra, que demonstra que o azeite e os frutos secos melhoram significativamente
a capacidade cognitiva dos adultos. Acredita-se que o azeite consegue eliminar
do cérebro a proteína beta-amiloide (que está na origem da doença de Alzheimer)
bem como reduzir o risco de diabetes e de inflamações do organismo.
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