A percepção do eu



Um estudo realizado na California (EUA) procurou compreender como a actividade do cérebro humano se modifica na presença de outras pessoas. Verificou-se que quando os integrantes na experiência estavam com alguém de não gostavam o funcionamento cerebral tornava-se mais lento. Porém, estas alterações só se registavam quando a pessoa por quem nutriam antipatia estava fisicamente presente. Se os participantes apenas viam imagens ou videos dessa pessoa o cérebro não revelava uma diferença significativa.
Mona Soblani, a principal responsável pela investigação salienta: "o modo como processamos os estímulos visuais no movimento de um objecto pode ser influenciado por factores sociais, como as nossas relações interpessoais". 
Assim, tudo indica que desde os aspectos mais básicos aos mais complexos, a forma interagimos com os outros e absorvemos os estímulos do mundo é plena de subjectividade. A percepção individual parece guardar a chave das respostas orgânicas, tal como a famosa citação da escritora francesa Anais Nin "Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos".
O novo ramo da neurobiologia interpessoal baseia-se na descoberta de que o cérebro humano se rescreve baseado na vida diária. Somos definidos por aquilo a que prestamos mais atenção e pelo modo como escolhemos passar o nosso tempo. Diane Ackerman, escritora, poeta e naturalista norte-americana considera: "Todos os relacionamentos mudam o cérebro mas mais importante do que isso são as laços íntimos que nos impulsionam ou nos falham, alterando os delicados circuitos que formam as memórias, as emoções e a lembrança mais essencial, a do eu. Todos os grandes casos de amor começam com um grito". 



 

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