Ansiedade
O estado de ansiedade varia conforme a pessoa que o sente. Caracteriza-se por preocupação,
frequentemente excessiva, incontrolável e desproporcional aos factos a que está
relacionada. Como todas as desordens, a ansiedade tende a ser irracional,
relacionada com o dia-a-dia, que afecta a qualidade de vida da pessoa que dela
padece. Torna-a absorvida nos problemas, incapaz de desfrutar das dádivas de
cada dia, desligada dos outros, a antecipar constantemente perdas e tragédias. Questões
relacionadas como saúde, carreira, problemas
familiares ou financeiros, morte ou uma relação amorosa assumem uma dimensão
assustadora e agonizante, de autêntica auto-tortura. Estes assuntos tornam-se monstros,
como correntes nos pulsos que aprisionam e impedem de encontrar a liberdade possível
dentro de cada momento e de enfrentar as adversidades com optimismo.
O
intenso mal-estar psicológico logo se transpõe para o plano físico com numerosos
sintomas que podem incluir: dores de cabeça, fadiga, tensão corporal,
palpitações, tremores, dificuldade a respirar ou a engolir, desorientação,
agitação, irritabilidade, isolamento, fobia social, concentração deficiente ou
perda de memória, insónia, etc. Em casos agravados pode causar tonturas
intensas, ataques de pânico ou depressão profunda.
Fala-se
de transtorno de ansiedade generalizada quando este estado persiste há mais de
seis meses, sendo crónico, infundado ou fora dos limites do considerado normal
relativamente ao contexto em que inserem.
A
ansiedade condiciona e prejudica a vida pessoal, profissional e social das
pessoas que dela sofrem, pelo que os seus sintomas devem ser diagnosticados atempadamente
para se avançar para o tratamento mais apropriado. Sofrer desta condição é cada
vez mais comum num mundo em que se tem tanto a perder e poucas oportunidades de
triunfo; em que cada vez há mais stress, poluição, falta de tolerância, de amor
e de uma segurança que seja como uma fortaleza que nada derrube.
Milhões e milhões de pessoas se debatem com
esta desordem diariamente, sendo que os tratamentos variam de acordo com o
individuo em questão e as características da enfermidade que o aflige. A comunicação
verbal e não verbal influencia a eficácia do acompanhamento, que deverá ter
regularidade e basear-se na honestidade e transparência.
Os
medicamentos mais comuns no tratamento de ansiedade generalizada são os
anti-depressivos e benzodiazepinas (com efeitos sedativos, hipnóticos,
relaxantes musculares, etc), receitados consoante a idade do sujeito, historial médico
e manifestações patológicas. Terapias não farmacológicas incluem psicoterapia,
massagem, fototerapia e material de auto-ajuda. A prática desportiva regular e
de exercícios de relaxamento como ioga e meditação aumentam sensações de
bem-estar e segurança, amenizando o teor nefasto destes episódios e contribuindo
para uma vida mais tranquila.
Para
controlar melhor a ansiedade é preciso ter consciência de que a vida não é uma
corrida de fundo para ver quem chega primeiro à meta. É feita de contrariedades
que nos toldam a visão, nos fazem deter no percurso ou perder tempo. E não é
mais inteligente quem tem uma vida sem dificuldades mas quem procura
constantemente novas soluções para resolver os problemas que se lhe deparam, quem
é criativo, flexível e capaz de tentar uma vez mais, de fazer diferente, de dar
mais de si, de não deixar de acreditar, de querer acrescentar algo que só ele
pode realizar.
Ansiedade
é um terror da alma, uma forma de insanidade, de vaguear sem descanso. É como
se rivalizássemos com o mundo, como se todo o seu peso se depositasse nos nossos
ombros. É preciso ver que há sempre uma saída quando tudo corre contrariamente
ao esperado, se a procurarmos com alguma serenidade e paciência. Não devemos
ser escravos da nossa mente, deixá-la estagnar ou definhar sobre o jugo da
nossa incapacidade de fazer melhor. Devemos ser os seus melhores amigos, semear
boas colheitas, mudar, fortificar e florescer até as sombras do passado se tornarem
insignificantes e indolores, o presente um motivo de satisfação e o futuro bem mais
promissor do que aquilo que se deixou para trás.
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